Abu Simbel (Egito)
Viagem em outubro de 2018 & Post de Março de 2019 IMPORTANTE:
Antes de fazer sua viagem ao Egito e decidir como visitar cada atração, não deixe de ler o tópico com todas as #dicaMila DICAS GERAIS SOBRE O EGITO Não tem muito sentido ir até ABU SIMBEL e não fazer um cruzeiro pelo Nilo, então antes de ler sobre esta fascinante atração, tire todas suas dúvidas sobre o cruzeiro no link abaixo: CRUZEIRO NO RIO NILO O melhor ponto estratégico para se deslocar até ABU SIMBEL é a partir de ASWAN. Existem Vôos diretos a partir de Cairo. Além disso, cruzeiros pelo Nilo começam ou terminam em Aswan. ROTEIRO DE ASWAN O Complexo de Abu Simbel
São dois templos construídos em sólidos rochedos no extremo sul do país. Erguidos no século XIII A.C. por Ramsés II. O maior é dedicado ao próprio faraó e tenta transformá-lo em um Deus. O segudo, é dedicado a Deusa Hathor e presenteado a Nefertari (esposa de Ramsés). A Rainha também tentou ser comparada a uma deusa. Ramsés II tentou unificar ainda mais o povo egípcio com este templo. Várias de suas estátuas possuem a coroa dupla simbolizando o baixo e alto Egito. Além disso tentou unir num mesmo templo os deuses padroeiros das maiores cidades do país (Amon - Tebas; Ptah - Mêmphis e Rá - Heliópolis). Um dos motivos da construção desse complexo no sul do país era tentar "dominar" o povo Núbio. Essa população vivia nessa região entre o Egito e o atual Sudão. Nefertari era descendente dos Núbios, então homenageá-la com um templo, não deixava de ser, uma conquista para este povo. O Templo mudou de lugar!
No começo dos anos 1900, a cheia do Nilo foi um grande problema. Ela causava destruição e alagamentos em determinados meses do ano. Contrapondo-se à épocas de secas drásticas em outros meses. A solução encontrada foi a construção de uma barragem em Aswan (Assuã) que foi feita pelos ingleses que dominavam o país naquela época. Contudo, após vários anos e reformas a represa estava prestes a romper e foi elaborado um projeto bem mais ambicioso. Em 1958, foi construída uma nova represa (atualmente é a terceira maior do mundo) também em Aswan. Resolveu os dois problemas! Evitou os desastres pelos alagamentos e represou um grande lago que propicia uma boa agricultura durante o ano inteiro nas margens do Nilo. Contudo, muitos templos egípcios antigos seriam destruídos. Na verdade, alguns já estavam sendo danificados pelas enchentes. Diante do fato, o Egito pediu ajuda à vários países do mundo para modificar o local de algumas dessas atrações. Abu Simbel foi um dos complexos que mudou de lugar. Um custo de aproximadamente 40.000 dólares para levar pedra-por-pedra para um local mais alto. Metade desse valor foi pago pelos países vinculados à UNESCO. Em agradecimento, várias peças foram doadas pelo Egito aos grandes museus pelo mundo (Estados Unidos, Alemanha, França, etc). O atual rochedo onde estão os templos é totalmente artificial e fica 210 metros para trás e 65 metros para cima da posição original. Uma história fascinante que aumenta a curiosidade sobre este lugar fantástico. Vamos visitá-lo... Tour a Abu Simbel:
Saída de Aswan: 3:30 Chegada a Abu Simbel: 7:30 Horário do Sítio de Abu Simbel: 5 às 17 hs. Custo do Sítio de Abu Simbel: 175 Libras Egípcias Ticket para fotografar dentro dos templos: 300 Libras Egípcias Existe um aeroporto em Abu Simbel. Então você pode comprar uma passagem de Aswan até aqui. O trecho dura 45 minutos e custa o equivalente a aproximadamente R$ 450 reais (2019). Contudo, o tour mais clássico é sair de Aswan de madrugada (3:30 da manhã) e percorrer 288 km até o Complexo de Abu Simbel. A melhor maneira de fazer isso é contratar um tour com transfer (van) e um guia. No nosso caso, fechamos um pacote de toda a viagem com o pessoal do MEU EGITO. Esse tour foi incluso no nosso orçamento e programação. No trajeto pelo deserto do Saara, fizemos uma parada estratégica para ir ao banheiro e aproveitamos para ver o nascer-do-sol nas lindas areias do deserto. Chegamos em Abu Simbel aproximadamente 7:30 e a única programação seria conhecer o belo sítio arqueológico. Primeiramente, o guia dá explicações gerais e depois disponibiliza tempo livre para curtir os templos. São dois templos nas encostas das montanhas artificiais: O Templo de Ramsés II e o Templo de Nefertari. Você não vai ter que fazer longas caminhadas, o complexo é bem pequeno. Seu tempo é todo reservado para curtir o máximo as duas construções. O Templo de Ramsés II:
A principal edificação é o Templo de Ramsés II. Logo em sua fachada é possível ver quatro colossos sentados em homenagem ao faraó. O segundo colosso foi parcialmente destruído num terremoto em 27 A.C. e optou-se por deixá-lo desse jeito. No centro, observe uma pequena estátua de "Rá-Harakhty", um dos três maiores deuses louvados no Egito (Heliópolis). Ao entrar, você vai se deparar com estátuas gigantescas do faraó. Elas estão na posição de "Osíris" com os braços cruzados segurando o cetro e os pés juntos. As paredes estão repletas de relevos em homenagens aos deuses e a "divinização" do faraó. Em uma das paredes, é possível ver um grande relevo mostrando o faraó na batalha de Qadesh em 1275 A.C.. Lateralmente ao grande salão, existem câmaras que serviam de depósitos para oferendas. Também estão repletas de relevos interessantes. O Santuário fica bem no final do templo e é facilmente identificável pela presença de quatro estátuas sentadas. São os três grandes deuses consagrados no Egito (Amon, Ptah e Rá-Harakhty) sentados ao lado de Ramsés II. Mas uma tentativa de transformar o faraó à um Deus tão grande quanto os demais. A última informação é com certeza a mais fantástica. Na posição original do templo, os raios solares só atingiam as estátuas em dois dias do ano. Um foi a coroação de Ramsés e, o outro dia, a data do seu aniversário. Conseguiu alcançar a importância dessa informação? O quanto aquela civilização mais antiga do que jesus Cristo teria base matemática, de engenharia e de astrologia para conseguir essa proeza. Chegamos aos séculos modernos e os templos foram modificados de lugar para construção do Lago Nasser. Contudo, mesmo com toda a inovação tecnológica não foi possível repetir a façanha dos antigos egípcios. Atualmente os raios do sol continuam entrando apenas dois dias no ano (22/02 e 22/10), mas com dois dias de atraso ao que acontecia no templo original. O Templo de Nefertari:
O segundo templo foi dedicado a deusa Hathor (simbolizado por uma vaca) que era a deusa da música e da dança. Mas foi ofertado a rainha de Ramsés II, a famosa Nefertari. O motivo da rainha receber este privilégio aqui em Abu Simbel foi totalmente político. Como relatei, Ramsés vivia em conflitos com o povo Núbio. Casando-se com uma descendente deste povo e ainda homenageando-a era uma maneira inteligente de fazer os núbios seguirem suas ordens e o respeitarem como líder supremo. Existem seis estátuas na fachada do templo. As duas que guardam a porta são do próprio Ramsés II, assim como as duas mais laterais. No centro de cada lado da fachada, encontramos a rainha Nefertari como a Deusa Hathor. O salão principal deste lugar tem colunas e paredes revestidas de relevos em homenagem a deusa "vaca". Mas muitos outros deuses aparecem nos "desenhos" enquanto Ramsés e Nefertari fazem oferendas. É facil identificar Nefertari ofertando instrumentos musicais a deusa Hathor. Em outra parte da parede, Ramsés oferta os famosos "olhos" ao deus-falcão Hórus. Também existem relevos mostrando o faraó executando inimigos do Egito. O templo é menor, mas tão bonito e conservado quanto o de Ramsés II. Por fim, o pequeno santuário tem uma estátua da Deusa Hathor em formato de vaca. #dicaMila: Compre o ticket para fotografar no interior dos templos Não deixe de comprar o ticket para fotografar dentro dos templos. Existem funcionários que cobram os turistas todo momento. Você vai se arrepender muito de não comprar o ticket, que só vende na bilheteria do complexo. Alguns funcionários cobram propina para deixar você fotografar. Não compactue com essa atitude! Existem câmaras dentro dos templos e nosso guia nos informou que muitos turistas são parados pela polícia no final do passeio e tem que pagar o ticket. Você gasta dando dinheiro para os funcionários corruptos, compactua com esse péssimo hábito e no final pode ter que pagar o ticket da mesma forma. Após visitar o complexo, voltamos para a Van e retornamos a Aswan. Nosso almoço, como sempre, foi no Navio do cruzeiro. Um passeio cansativo pois o turista acorda de madrugada e percorre quase 300 km no percurso de ida e a mesma distância para voltar.
Contudo, não poderia finalizar este post sem tentar convencê-lo a conhecer ABU SIMBEL. Foi o sítio arqueológico mais legal que visitei no Egito. As pirâmides de Gizé são imperdíveis por tudo que representa historicamente e a fascinante grandeza daquelas obras a mais de 5000 anos. Mas Abu Simbel te surpreende tanto quanto as pirâmides. Um lugar desconhecido para a maioria dos brasileiros, muito bem conservado e rico em detalhes. Templos charmosos e fotogênicos. A riqueza da história dos raios solares e de como mudaram de lugar um complexo inteiro pedra-por-pedra. Tudo isso faz essa visita ser obrigatória a qualquer turista que pisar no Egito. + Roteiros de Aswan
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