Belém (Pará)
Viagem em Maio de 2022 & Post de Julho de 2022 Dia 1 - Centro de Belém
Vamos começar esse primeiro dia pelo lugar que praticamente surgiu Belém, o Forte do Presépio. A) Forte do presépio
Horários: 9 às 17 hs, terças a domingos Fechado às segundas-feiras Custo: R$ 4,00 Site oficial: Forte do presépio Endereço: Praça Dom Frei Caetano Brandão, s/n. A primeira construção desta localidade foi feita pelos portugueses de madeira e palha em 1616. Optaram por um terreno mais elevado de frente para o mar. Eles precisavam proteger o território amazônico das outras nações. Logicamente ele sofreu diversas reformas e modificações com o passar dos anos. Ao redor, crescia a civilização e outras construções, por isso podemos dizer que Belém nasceu do forte. A visita consiste em conhecer as muralhas e os canhões do forte e o MUSEU DO ENCONTRO que fica dentro do edifício principal. Este museu tenta retratar a ocupação amazônica desde os conflitos portugueses e a população indígena (século XVII). O ponto auge desta visita consiste em conhecer o acervo de peças da cultura tapajônica (população do baixo Tapajó) e dos povos marajoara. Repleto de cerâmicas, urnas funerárias e peças antroposóficas achadas neste sítio arqueológico. Também existem "banners" mostrando informações sobre os indígenas. Você sabia que existiram tribos canibais aqui? Pois é, a gente desconhecia este fato. Olha ai a importância de um museu deste tipo. O museu é bem pequeno, você consegue fazer em 15 minutos. Depois suba e percorra as muralhas e seus canhões. A área do forte também não é grande, mais uns 15 minutos você percorre tudo. Mas a vista do topo da muralha é muito legal. Você estará de frente ao ponto turístico mais famoso de Belém, o mercado ver-o-peso. Além da Baia do Guajará que banha toda essa orla de Belém. Então pode ser que você demore um pouco mais para curtir a vista e tirar fotos. Você sabe o que é Muiraquitã?
Fiz uma pausa no roteiro para te contar uma curiosidade. No Museu do Encontro você vai conhecer algumas peças chamadas MUIRAQUITÃ. São artefatos feitos de uma pedra chamada "amazonita" e representa animais, principalmente sapos. Usados como amuletos pelos povos indígenas, principalmente os Tapajós. Mas a lenda que o amuleto atrai sorte para quem recebe um muiraquitã cresceu na cultura paraense. Você não pode comprar um para você isso dá efeito contrário, trás azar! Então, você só pode dar de presente. Você vai encontrar réplicas de resina ou outro material de "sapinhos" nas lojas de souvenirs da cidade e pode ser um bom presente para levar para amigos e familiares. B) Praça D. Frei Caetano Brandão (Complexo Feliz Lusitânia)
Ao chegar na praça na frente do Forte do Presépio, você estará no berço de Belém, aqui começou tudo. Esta área é conhecida como "Complexo Feliz Lusitânia". Na ordem de um relógio contornando a praça você vai ter: a Casa das onze janelas, Forte do presépio, Igreja Santo Alexandre (Museu de Artes Sacras) e a Catedral da Sé. Todos esses pontos são visitáveis e fazem parte de um roteiro básico por Belém. B) Espaço Cultural Casa das Onze Janelas:
O prédio amarelo no canto da praça repleto de janelas já foi residência, hospital militar e quartel. Mas hoje é um espaço cultural que tem um museu de arte contemporânea. Horários: 9 às 17 hs, terças a domingos Fechado às segundas-feiras Custo: R$ 4,00 Site oficial: Casa das Onze Janelas Também no seu interior está um restaurante muito famoso chamado CASA DO SAULO DAS ONZE JANELAS. Nós não conhecemos o museu por opção pessoal e também optamos por almoçar em outros lugares para encaixar no roteiro, mas os relatos são que este é um dos melhores restaurantes da cidade. C) Igreja Santo Alexandre (Museu de Artes Sacras):
Após o Forte do Presépio que já visitamos, vem uma igreja de fachada branca chamada Santo Alexandre. Atualmente a igreja faz parte do museu de arte sacra, então para visitar seu interior, você tem que entrar pelo museu que fica na porta ao lado da igreja. Horários: 9 às 17 hs, terças a domingos Fechado às segundas-feiras Custo: R$ 4,00 Site oficial: Museu de Artes Sacras Esse museu é dividido em três partes: a igreja, o museu permanente de arte sacra e uma área de exibições temporárias. A Igreja propriamente dita é ponto mais alto da visita. Muito preservada! Repare nos detalhes nos púpitos e do altar. Entre até a sacristia. O Museu permanente ocupa o primeiro andar do edifício e tem um grande acervo de imagens de santos e informações sobre as primeiras igrejas da cidade. A área térrea tem exposições temporárias. Quando visitamos tinha uma área só de muiraquitãs, muito legal. D) Catedral do Sé:
A última parada nessa mesma praça é a Catedral da Sé. Mesmo que você seja ateu ou tenha outra religião, conhecer esta catedral é parada obrigatória a qualquer turista. Para os católicos, não preciso nem explicar muito, você vai fazer questão de ir até a catedral. Em Belém, acontece o Círio de Nazaré a mais de 200 anos. Evento realizado anualmente, no segundo domingo de outubro. Um dos maiores eventos religiosos do mundo que consiste no translado da imagem de Nossa Senhora de Nazaré da Catedral da Sé ao Santuário construído em homenagem a santa. Essa caminhada é realizada por milhões de pessoas e realmente um dos maiores eventos da cidade, inclusive recebendo turistas do Brasil inteiro. O povo paraense é bem devoto à santa e mantém suas tradições. Horários: 8 às 12 hs & 14 às 18 hs, segundas a sextas 16 às 18 hs, sábados Custo: R$ 4,00 Site oficial: Museu de Artes Sacras Os horários que divulguei acima foram retirados do site oficial. Acredito que nos demais horários de sábados e domingos existem missas, então não seria adequado uma visitação. Mas também se você não tiver outra opção e estiver acontecendo uma missa, entre e conheça a Catedral, não perca. Outra observação importante sobre os horários é que a igreja fecha na hora do almoço, a gente presenciou isso. Então programa-se para encaixar direitinho seu itinerário em todos os pontos turísticos da praça. Saindo da Praça Dom Frei Caetano Brandão, após passar a Igreja Santo Alexandre e virando à esquerda, você vai chegar a outros dois pequenos museus: o MIS (Museu da Imagem e do Som) e o Museu do Círio. Nós visitamos apenas o segundo.
E) Museu do Círio Horários: 9 às 17 hs, segundas a sextas 9 às 13 hs, sábados, domingos e feriados Custo: R$ 4,00 Gratuito às terças, idosos > 60 anos e Crianças < 12 anos, estudantes e professores Site oficial: Museu de Artes Sacras Este é um dos pontos mais interessantes que conhecemos em Belém. Pois como já relatei o Círio faz parte intrínseca da cultura paraense e tem importância mundial como uma das maiores festas religiosas.
O Museu é pequeno, mas bem organizado, didático e rico em informações. Garanto que você vai conhecer detalhes desta "festa" que nunca ouviu. Não deixe de fazer esta visita. Você precisa de uns 20 minutos apenas e garanto que não vai se arrepender. Resolvi contar alguns detalhes interessantes sobre o Círio que aprendi no local, para aumentar ainda mais sua curiosidade. Você sabia que a festa não acontece apenas no domingo? Nos dias anteriores ao evento, existem diversas procissões com réplicas da imagem. Os devotos caminham de casa em casa, em vários bairros e comunidades. Inclusive existem procissões de barcos para chegar nas comunidades ribeirinhas e até motociatas. O segundo domingo de outubro é o auge da celebração com a saída da Santa "Peregrina" da Catedral até o Santuário num percurso de aproximadamente 5 km. Translado acompanhado de um milhão e meio de pessoas.
A famosa corda que servia nos finais do anos 1700 para desatolar o carro de boi que levava a imagem ganhou forte valor simbólico para os fiéis. Atualmente é disputada por todos para ser carregada durante o percurso e desfigurada em pequenos pedaços que são levados pelo público como uma lembrança da peregrinação.
No museu você vai encontrar diversas outras informações e curiosidades, então fica a #dicaMila: o Museu do Círio é imperdível. F) Praça do Relógio e a Feira do Açai
Após sair do Museu do Círio caminhe para a esquerda e você chegará a Praça do Relógio. Não tem nada demais, apenas um monumento com um relógio de 1930, mas vamos usá-la como referência. Cuidado com seus pertences, muitos moradores de rua e adolescentes nas dependências desta praça. A praça fica na frente de um cais onde divide a área em dois calçadões. No final do calçadão esquerdo caminhando para a Baia do Guajará, acontece a famosa "FEIRA DO AÇAI". Os barcos com cestas repletas de açai atracam neste ponto. Eles vem das ilhas e outras comunidades ribeirinhas para vender o produto em Belém. Contudo a feira funciona às 4 da manhã até o amanhecer. Para conhecê-la, você precisa ir nesse horário. Então durante nossa programação, não vale a pena pegar o calçadão esquerdo, Siga pelo calçadão direito. Do lado direito, o calçadão é conhecido como "PEDRA DO VER-O-PESO", pois aqui era negociado as mercadorias na época colonial. Hoje é um simples calçadão, sem atrativos, vai ser apenas seu percurso até chegar no Mercado. O Mercado Ver-o-Peso é bem grande, este primeiro edifício do complexo é chamado de Mercado de Ferro. Um dos mais bonitos. Ele é voltado para o comércio de peixes, então ao adentrar vai ter aquele cheiro característico de peixe fresco que desagrada muitas pessoas. G) Solar da Beira
O Complexo Ver-o-peso consiste no Mercado de Ferro, Solar da Beira, Mercado Francisco Bolonha e o Mercado Ver-o-peso propriamente dito. Nós já passamos por dentro do Mercado de Ferro e saímos na outra ponta do edifício, praticamente já podemos ver a lateral do Solar da Beira. Este edifício que parece ser do início do século XIX também não tem definição realmente de sua função primordial. Sabe-se que no século XX foi a "receboria de rendas". H) Mercado Franciso Bolonha
O edifício que fica bem em frente ao Solar da Beira, na calçada oposta é o Mercado Francisco Bolonha (Mercado Municipal). Achei a área mais "maltratada" do complexo, muito sujo e desorganizado. Mas a estrutura metálica da parte central do edifício é uma obra de arte. Então pode nenhum motivo, deixe de entrar e conhecer. A maioria das barracas estavam fechadas e o cheiro do local é bem desagradável. Então que tal focar em observar os detalhes da estrutura que forma o complexo, bater uma fotos e continuar o passeio. I) Mercado Ver-o-Peso
Após o Solar da Beira começa as inúmeras barracas que formam o mercado ver-o-peso ocupando aproximadamente um quarteirão e meio. O Complexo inteiro que vai desde o Mercado de Ferro até o final das barracas é considerado a maior feira livre da América latina. Reconhecido como um patrimônio cultural brasileiro. Você vai encontrar um pouco de tudo rodando pelas barracas, desde comidas típicas, bebidas artesanais com produtos locais (cachaça de jambu, licor de Taperebá, licor de cupuaçu, etc) até produtos bem comuns em feiras como souvenirs, camisas e bolsas. Comprar e comer frutas típicas e produtos derivados também é um bom programa ao rodar pelo mercado. Facilmente você vai encontrar cupuaçu, taperebá (cajá), jambu, bacuri, castanha do pará, dentre outros. Existem barracas voltadas a alimentação no local, onde você pode comer o típico Açai com peixe frito e farinha, um dos pratos mais tradicionais do Pará. Com certeza, você vai encontrar locais e turistas almoçando por lá. O tempo que você vai ficar rodando pelo mercado é bem pessoal. Com certeza, alguns vão passar, comprar duas ou três lembranças e continuar a programação. Mas com certeza vão ter turistas gastando horas por lá, a variedade de produtos é gigantesca.
Achei o ambiente até limpo considerando ser um mercado público a céu aberto. Imagine uma feira comum em várias cidades brasileiras, pessoas indo e vindo o tempo inteiro, lotado de locais e turistas. Então você já espera um ambiente mais sujo e de aspecto mais bagunçado. Cuidado com seus pertences. Orientação básica para caminhar no centro de qualquer capital brasileira. Evite relógios, pulseiras, brincos e colares (não use nenhum deles). Utilize celulares em pontos estratégicos e preste sempre atenção aos arredores. Fizemos todo o trajeto sem nenhum problema. Nossa impressão foi até ser um centro mais tranquilo do que outras grandes cidades. Mas tomamos todas as precauções que citei no parágrafo acima. Acabando as barracas do mercado, você chega ao estacionamento local, pode ser útil para quem estiver de carro alugado. Mas sinceramente sugiro usar um táxi ou uber, lembrando que você começou o dia lá no Forte e já está no mercado. J) Estação das Docas:
Do final do complexo ver-o-peso até a Estação das Docas é apenas um quarteirão. Mas a Estação das Docas é bem grande, ocupando uma área de uns 400 metros de extensão. Aqui funcionava a antiga docas de Belém. O local foi todo revitalizado e se tornou um complexo gastronômico e cultural fantástico. Este é outro ponto turístico imperdível nesta cidade.
Se você ficar quatro dias em Belém com certeza vai jantar ou almoçar pelo menos duas vezes por aqui.
Primeiramente porque é muito agradável e também porque a variedade de opções é muito grande.
Isso não é uma indicação de restaurante, pois existem pelo menos uma dezena de opções na Estação das Docas, mas apenas uma idéia de cardápio para vocês.
Outro programa imperdível pela estação é provar um sorvete típico na Sorveteria Cairu. Existem várias espalhadas na cidade e como comentei uma aqui na estação. Você vai achar sorvete desde cupuaçu até os mais tradicionais. Achamos também a Gelatteria Amazonia. Os blogs em geral não comentam muito, mas gostamos muito dos sabores deles também. Menos famosa, menos badalada, mas sabores agradáveis. A estação das Docas são três galpões (também chamado de Boulevard) onde se espalham desde restaurantes, lanchonetes, sorveterias e lojas de souvenirs. Existe também música "ao vivo" em determinados períodos da semana.
Um desses galpões é destinado a feiras e congressos. Então funciona também como centro cultural e de eventos. Você vai cruzar com várias pessoas com crachá de algum desses eventos ao caminhar pela orla das Docas. Atividade Extra para o fim de tarde:
Um passeio de barco pela Baía do Guajará é um programa típico turístico para quem visita Belém. Aquele programa totalmente para "turista ver", mas acredito ser uma opção muito bacana. A gente fez e indicamos! Operado pela empresa Vale Verde Turismo o passeio funciona em alguns dias da semana às 17:30. Atualmente (2022) não tem saídas às segundas e quartas. Sugiro consultar o site oficial antes de sua viagem para sua programação. O barco sai da Estação das Docas e percorre a baía por 1 hora e meia e retorna no mesmo lugar da partida. Você pode comprar o ticket no Boulevard "A" da Estação das Docas poucos minutos antes do passeio. Custa R$ 60 reais por pessoa. O passeio é feito num barco típico e colorido e aparentemente muito seguro. Uma excelente opções para pessoas com baixa mobilidade, crianças e idosos.
Durante todo o trajeto, o passeio é animado por uma banda local que conta fatos e curiosidades sobre a cultura paraense, além de tocar exemplos de músicas típicas do Pará, desde o Carimbó até o Brega. Um casal de dançarinos faz pequenas apresentações, devidamente caracterizados com roupas típicas de cada tipo de música local. Logicamente eles vão atrair os turistas para cantar e dançar juntos. Durante o passeio, você vai curtir toda a orla de Belém que conhecemos neste dia de programação, desde a casa das Onze Janelas, Forte, Complexo ver-o-peso, dentre outras atrações.
O barco retorna ao cais das Docas a noite, então dependendo do tempo em Belém você pode até curtir um pôr-do-sol no final do passeio. Belém tem um ditado: Ou chove todo dia ou chove o dia todo. Isso pode ser um problema no passeio, já que muitos vezes as chuvas vem no fim da tarde. Foi o que aconteceu com a gente, no começo do passeio caiu uma grande chuva. Então não curtimos muito a vista da orla de Belém e muito menos registrar fotos. Aproveitamos o visual apenas no retorno e já estava de noite. Mas valeu a pena de qualquer forma, pois eles fecham as laterais do barco com telas e você curte as músicas. Você vai precisar de sorte com o "clima" de qualquer forma ao fazer o passeio. Na verdade, você precisa de sorte para fazer qualquer passeio em Belém. Parta da idéia que vai chover em algum momento do dia e tente encaixar seu roteiro antes e depois da chuva. Nós pegamos chuvas todos os dias. Elas duravam em torno de 30 min a 1 hora. Tivemos que adequar horários e não deixamos de fazer nossa programação. OBSERVAÇÃO:
No atual momento (2022) é obrigatório apresentação de comprovante de vacinação da COVID (02 doses) para entrar nos museus e Estação das Docas. Eles realmente cobraram o documento. Teoricamente também o uso de máscaras ainda seria obrigatório em locais fechados, mas eles não cobraram isso em nenhuma atração. + Dia 2 em Belém
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