Cananéia (São Paulo)
Viagem & Post Publicado em Junho de 2016. A cidade fica há 275 km de São Paulo, sentido estado do Paraná, pela Rodovia Regis Bittencourt. Se você vem de Curitiba pelo sentido oposto, são 250 km. Vindo de São Paulo, após a cidade de Registro, você vai pegar a saída 464 sentido Pariquera-Açu. Nessa outra estrada, são 10 km em bom asfalto até chegar a Pariquera. Após atravessar toda a rua principal da cidade, você vai se deparar com um trevo. Neste ponto, divide-se em duas estradas. A da esquerda te leva a Iguape, que você pode ver dicas aqui! A pista da direita vai te levar até nosso destino, totalizando 41 km a partir deste ponto. Este asfalto não está legal, muitas ondulações e alguns buracos. Contudo, após 16 km do trevo, você vai encontrar uma placa dando a opção de ir até Cananéia "via ponte" ou "via balsa". Pegue a estrada "via ponte", pois apesar de ser 5 km a mais, você vai perder menos tempo do que esperar a balsa. Site: www.cananeia.sp.gov.br/novo_site/turismo Um pouco de história: Cananéia intitula-se o "primeiro povoado do Brasil". A expedição de Martim Afonso de Souza teria chegado em suas terras em 1531, cinco meses antes de fundar a Vila de São Vicente. Mas não existe documentos que comprovem tal feito e assim a segunda cidade tem o título. Seu centro tem casas coloniais de arquitetura própria do século XIX. Nota-se que as construções são alinhadas geralmente de mesmo tamanho e seguiam padrões fixados. Eram determinados até o número de aberturas voltadas para a via pública, assim até hoje, existem quartos sem janelas em algumas casas. Cananéia fica numa ilha entre o continente e a ilha comprida. Tornou-se um ponto interessante para conhecer a famosa "ilha do Cardoso" com seu parque estadual. Pontos turísticos de Cananéia: 1) Museu Municipal Vou começar esse roteiro por um ponto interessante. O Museu vale a pena e deve ser visitado. Rico em informações. Numa visita de 30 minutos você terá muito conhecimento da cidade e das ilhas que a circundam. Em relação às peças, realmente não tem uma grande coleção. Algumas armas e armaduras usadas na época colonial chamam atenção. Mas os "banners" informativos são bem legais. Por exemplo, existe um que explica sobre os SAMBAQUIS. Considerados sitios arqueológicos encontrados em ambiente de transição do mar para águas doces. Aqui nesta região, já existem mais de cem catalogados e seu nome em Tupi significa "monte de conchas". Sambaqui é definido como uma elevação arredondada de diferentes tamanhos. Os maiores descobertos atingem 30 metros de altura. São camadas de conchas e terra com restos de peixes e mamíferos. Eram usados para sepultamento pelas antigas tribos da região, então é comum achar restos de artefatos usados para oferendas. Assim pela variedade de materia ali encontrada, foi e ainda é, uma excelente fonte de estudo para a arqueologia. Mas o ápice de sua visita ao museu, é conhecer a carcaça do segundo maior tubarão branco encontrado no mundo. Uma fêmea de 5 metros de comprimento e pesando 3,5 toneladas capturado em 1992. End.: Rua tristão Lobo, 78. Custo: R$ 3,00 (> 60 anos: R$ 1,50; < 5 anos: grátis) Horários: 9h às 13h & 14h às 18h Terça-feira a domingo Entrando na cidade de carro, você vai passar pelo portal com uma "caravela" no topo. Basta seguir na avenida principal por 2,2 km. Virar a esquerda na rua "Capitão Ernesto Simões" e na primeira oportunidade, virar a esquerda de novo. Esta já é a rua do Museu que está do lado direito após poucos metros. Curiosidade: Em Cananéia foi praticada uma técnica de construção chamada "alvenaria de pedra". Utilizava-se para construção de casas e da igreja, pedras de aluvião unidas por uma espécie de argamassa. Esse "cimento natural" era produzido a partir de areia, cal e óleo de baleia. Mas o cal utilizado era proveniente dos Sambaquis da região rico em ostras calcinadas, conchas e matéria orgânica de outros animais. O muro de pedras colado ao museu com um portão azul, foi elaborado com essa técnica e dá acesso ao quintal do museu. Claro o portão está fechado, mas serve de exemplo para os turistas. 2) Centro e Igreja Saindo do museu nesta mesma rua por duas quadras, vire a direita e você já está no centro da cidade. Hora de estacionar o carro e percorrer a pé. Neste ponto você encontrará do lado direito um mercado de artesanatos e do lado esquerdo a "rua do artesão" com produtos da região. A Igreja de São João Baptista está bem a sua frente. Garanto que você nunca viu uma igreja assim. Ela foi construída para servir como forte, assim é muito mais comprida do que larga. A frente não está voltada para o mar, a lateral que fica de frente para o oceano. Nota-se que não existem janelas, apenas pequenas fendas (comuns em antigas estruturas militares) para posicionar uma carabina ou flechas. Aqui foram travados inúmeros conflitos com holandeses e ingleses. Ela foi construída em 1577 e as paredes são bem espessas. Os relatos afirmam que também foi produzida em "alvenaria". Infelizmente nas três vezes que visitei a cidade, nunca a encontrei aberta para visitação. Assim não consegui ver o interior da mesma; espero que você tenha mais sorte. 3) Praça Martim Afonso de Souza: A pequena praça fica ao lado da Igreja. Devido a disposição da Catedral, sua lateral esquerda é voltada para a praça. No Centro, encontra-se um obelisco e dois canhões. As armas eram inglesas e estão expostas desde 1931 na praça. Ali circundando a praça, existem muitos restaurantes e continuam por toda a avenida que fica paralela ao mar que vou descrever abaixo. 4) Avenida Beira-Mar: Esta avenida vai desde a praça até o final da orla num hotel abandonado. Muitas casas coloniais antigas foram transformadas em restaurantes e é bem agradável percorrê-la a pé. Entre a avenida e o mar, encontra-se um pier que partem as embarcações para "ilha Comprida" ou "ilha do Cardoso". Neste mesmo pier encontra-se também a balsa da DERSA para a Ilha Comprida. Existem horários bem frequentes de ida e volta e geralmente a cada 30 minutos. São poucas as exceções. Por exemplo, de tarde, entre 14 e 17 horas, só partem balsas de hora em hora. Acesse o site oficial para maiores detalhes de preço e horários. O Preço para automóveis está R$ 15,80 nos fins-de-semana e R$ 10,60 nos dias úteis. Finalizo nosso relato evidenciando que o forte da culinária local são frutos do mar. Ostras, camarões, lulas e peixes são pratos vendidos nos diversos restaurantes da cidade. Almocei num restaurante chamado Bacharel na Avenida Independência e todos os pratos estavam bem gostosos. Uma dica muito legal é comprar esses produtos na peixaria que fica na Avenida Independência. A loja parece um farol, não tem como não chamar atenção. O preço é bacana, comparativamente a capital. Então se for fazer um bate-e-volta de São Paulo, não esqueça de levar um isopor e garantir produtos frescos para a semana. PASSEIOS EXTRAS: 1) Passeio de Trem turístico pela cidade Existe um passeio turístico de trenzinho que só funciona em feriados e na alta temporada do final de ano (20/12 a 25/01). Você roda pela cidade e um guia vai narrando a história dos pontos turísticos e da fundação da vila. Cheguei a ver o trenzinho passando no feriado de corpus Christi no mês passado. Coloquei uma foto em anexo e achei muito bacana a atitude. Contudo, ainda não existe um site de divulgação do serviço. Trata-se de uma empresa privada que na época do feriado divulga nos hotéis da região: horário, preço e disponibilidade do passeio. É muito utilizado por grupos fechados que estão na cidade. Conversei com o dono da empresa que afirmou que se alguém tiver interesse pode mandar um email para o endereço abaixo. Geralmente o passeio inicia por volta de 16 horas da praça Martim Afonso de Souza. O Ticket é comprado no local. E-mail: [email protected] 2) Ilha do Cardoso A ilha do Cardoso é uma área de preservação ambiental que fica entre o sul da Ilha comprida e a Ilha de Cananéia. Abrange uma área de 13,6 mil hectares com 90% de mata atlântica nativa. Repleta de trilhas, cachoeiras e praias é um destino bem atraente. Tem seis comunidades tradicionais, onde a MARUJÁ é a mais desenvolvida. Mas PEREQUÊ e PONTAL DO LESTE são bem atrativas para os aventureiros. No pier na avenida Beira Mar você consegue contratar um barco para a Ilha do Cardoso. Existem basicamente duas opções de transporte: uma escuna ou uma lancha. A escuna leva 3 horas e a lancha 50 minutos para a travessia até Marujá. Qualquer Outro ponto da ilha, a distância pode ser maior ou menor. Por exemplo, para conhecer a Cachoeira Grande, são 40 minutos de lancha. O Preço é variável dependendo do passeio que você vai fechar. Vamos descrever Marujá como referência. O trecho custa R$ 25 reais de Escuna e R$ 50 reais de lancha. Algumas pessoas vão dormir na ilha, existem algumas opções para isso, mas claro não tem conforto pois são comunidades tradicionais. A noite, desliga-se o gerador da ilha, então é um bom passeio para quem gosta de isolamento. Ah, não esqueça o repelente pois com certeza você vai ter problemas com os mosquitos em alguns meses do ano. OBS: Eu fiz o passeio de um dia para a ilha do Cardoso em 2008. Não vou relatar maiores detalhes pois não imaginava ter o blog naquela época. Deixo apenas as informações básicas para chegar ao local! Algumas fotos do passeio estão em anexo. 3) Ilha Comprida Este é um passeio a parte e merece ser feito. Já descrevi como chegar lá de balsa a partir de Cananéia. Mas nunca a visitei. Deixo a dica e num futuro próximo vou realizar o passeio. 4) Cachoeira do Rio das Minas e Rio Pitu Duas cachoeiras famosas que podem ser visitadas saindo da cidade. Também não consegui visitá-las, fica a dica! |