Maravilhas de Luxor na Margem Oeste do Nilo (Egito)
Viagem em outubro de 2018 & Post de Março de 2019 Como expliquei no post anterior de LUXOR a parte oeste do Nilo, onde o sol se põe, representava para os egípcios antigos a "cidade dos mortos". Onde seriam construídos as tumbas funerárias para que a alma dos faraós chegassem no "pós-vida".
Existem muitos pontos turísticos para visitar por aqui, mas alguns são imperdíveis em qualquer roteiro. Estou falando de Egito e não só de Luxor. Não dá para visitar o Egito e não conhecer o Vale dos Reis. Este foi o local que os faraós do Império novo escolheram para seus túmulos. Mais duas atrações estão nessa lista: o templo mortuário de Hatshepsut e os colossos de Menon. Esses três pontos podem ser visitados em uma manhã. Mas ainda podemos listar mais uma dúzia de atrações que não visitamos e fica a #dicaMila p quem tem mais tempo na cidade. O Medinet Habu parece ser uma pérola não tão conhecida e fica bem próximo aos Colossos de Menon. O Ramesseum conhecido como o templo funerário de Ramsés II é outra opção factível. Por fim, vou citar os demais: Templo de Seti I, Vale das Rainhas (com a linda tumba de Nefertari), Templo de Merneptah, Casa de Howard Carter (arqueólogo que descobriu o túmulo de Tutancâmon) e a tumba dos Nobres. Fiquei com muita vontade de voltar em Luxor e conhecer mais alguns desses pontos que citei acima. Como relatei em posts anteriores, não consegui vôo interno Cairo-Luxor para segunda de manhã e só consegui viajar a noite. Restando apenas uma manhã para visitar os três pontos mais importantes do lado oeste + o templo de Luxor e karnak do lado leste.
Foi uma correria, mas com guia e uma van a disposição torna-se mais rápido. Então se você chegou em Luxor na segunda manhã e entrou no cruzeiro, tente adicionar outros pontos legais do lado oeste. O seu dia vai começar atravessando o Nilo em barquinhos que ficam parados ali mesmo no pier ao lado do Navio do cruzeiro. Existe uma grande oferta deste transporte.
Existe também a possibilidade de ir de Táxi ou Van, mas a distância é bem grande para chegar do lado oposto do Nilo. Contudo, a melhor maneira mesmo é fazer um PASSEIO DE BALÃO no nascer-do-sol e ao descer perto dos Colossos de Menon, já sair conhecendo os pontos turísticos. No final deste post tem um link onde relatamos sobre esse TOUR e já antecipo que vale muito a pena. As atrações são longe entre si (Colossos, Vale dos Reis e Hatshepsut), então você vai precisar de um carro. Já citei inúmeras vezes, fechar um "pacotão" para visitar todo o Egito é uma boa opção. Caso não o tenha feito, reserve um Tour fazendo o lado oeste do Nilo. 1) Colossos de Menon
Nosso roteiro pela parte oeste do Nilo vai começar nos Colossos. São duas estátuas sentadas de Amenófis III de 18 metros de altura e peso de 1300 toneladas. Elas guardavam a entrada do túmulo funerário deste faraó. O complexo foi todo destruído pelos próprios faraós que o sucederam em busca de material para construir os seus túmulos. Agora vamos a curiosidade deste nome. Menon foi um herói romano da Guerra de Tróia que ficou imortal, na lenda romana, após a sua morte. Um terremoto em 27 A.C. abriu uma fenda em um dos colossos e todas as manhãs emitia-se um som considerado um canto. Voltando a falar da lenda, Menon chamava sua mãe em canto todas as manhãs, por isso as estátuas ganharam este nome. Contudo em 199 D.C. o imperador romano mandou restaurar a estátua e o som cessou. Mas o nome se perpetua até hoje. Não existe bilheteria para visitá-los e ficam ali ao lado da estrada, aberto ao público. 2) Medinet Habut
O segundo ponto de uma visita ideal seria conhecer Medinet Habu que fica a 1 km do Colosso. Mas como referi não o visitamos. Aqui foi construído o templo funerário de Ramsés III e a descrição é de um ponto turístico fantástico, mas não tão procurado pelas agências e turistas. Não é pequeno, perde de tamanho apenas do Templo de Karnak. Horários: 6 ás 16 hs, diariamente. Custo: 40 libras Egípcias (não confirmado). 3) Vale dos Reis Dos Colossos até a bilheteria do Vale dos Reis são 6 km. Inviável ir a pé. Por isso a Van com guia é essencial. Horários: 6 às 17 hs, diariamente. Custo: 160 libras Egípcias. Ticket para fotos dentro das tumbas: 300 libras egípcias Ticket para tumba de Tutankamon: 250 libras egípcias A primeira #dicaMila é comprar o "ticket para fotos" na bilheteria. Não vende em nenhum lugar dentro do sítio arqueológico. As tumbas são riquíssimas de relevos e pinturas e vai ser impossível você não querer recordações. Muitos turistas não compram os "tickets" e ficam recebendo "broncas" dos funcionários dentro das tumbas. Mas pode piorar, a maioria é corrupta e cobra propina para você bater algumas fotos e ainda bate as fotos para você. Essa prática é a pior possível, pois você "alimenta" a corrupção e vai ter que dar propina em toda tumba que entrar. Se der um valor baixo, alguns vão reclamar, e você terá que aumentar o valor. No final sai um pouco mais barato, mas não vale a pena mesmo! O ticket dá acesso para você fotografar três tumbas. eles não não tem nenhum controle sobre isso e é facilmente factível bater fotos em mais, caso você visite mais tumbas. A tumba de Tutankamon não pode ser fotografada. A primeira atração é o "centro de visitantes" com algumas maquetes e desenhos. É possível ter idéia como as tumbas foram idealizadas e como foram confeccionadas.
Os faraós escolheram uma montanha em formato de pirâmide para construir as tumbas. Eles continuavam acreditando que uma estrutura pontiaguda ajudaria a "guiar a alma" aos mundo do mortos. Acharam uma "pirâmide natural"! Mas não dava mais para construir estruturas piramidais gigantescas como as famosas Pirâmides de Gizé. Elas eram visíveis facilmente e um alvo de saqueadores e ladrões. Foi ai que surgiu a idéia de fazer tumbas subterrâneas. na encosta da montanha. Como você vai ver na maquete, algumas são bem profundas podendo chegar a 400 metros de profundidade. Complicando um pouco mais para os ladrões, foram construídas armadilhas e até tumbas falsas. Lembra dos filmes estilo "indiana Jones", pois é... parece história fictícia, mas foi real. Foram descobertas até hoje 64 tumbas funerárias e apenas 37 reais, as demais eram falsas. As tumbas demoravam anos para ficarem prontas. Todas eram meticulosamente decoradas com relevos. Muitos desses desenhos ensinavam os faraós como passar por uma espécie de "purgatório" na cultura egípcia. Uma viagem após a morte que durava de 12 a 24 horas e o Faraó precisava passar por portas e responder perguntas, por isso os ensinamentos eram deixados nas paredes. Muitos relevos também contavam a história do faraó e tudo que adquiriu em vida. Teoricamente se ele passava para o "pós-mortem", todos seus seguidores também seriam salvos ao morrer. Após passar pela bilheteria, você entra num automóvel que parece um "carro de golfe" e eles levam os turistas até a base da montanha (já incluso no ticket). Um percurso pequeno, mas debaixo do sol egípcio, ajuda muito.
Acho que não preciso te lembrar que este dia inteiro vai ser embaixo de forte sol. Sugiro chapéu, protetor solar e uma garrafa de água por pessoa. Previna-se para evitar complicações na viagem. São muitas tumbas bonitas, mas poucas abertas a visitação. Para piorar sua programação, a organização do complexo muda as tumbas que estão abertas quase diariamente, assim é questão de sorte chegar lá e a que você quer visitar estar aberta.
No final das contas, você com certeza queria visitar todas possíveis, mas não dá. Sugiro escolher 3 ou 4 das das abertas e curti-las. Vou citar as três que visitamos e mais duas que queríamos visitar mas não estavam abertas. Na bilheteria fica um papel mostrando as tumbas abertas, mas não sei dizer se é trocado diariamente. Sinceramente acho bem difícil. Mas no dia que visitamos, estava correto! Conhecemos as Tumbas de Merenptah, Ramsés IX e Ramsés IV. Apesar do vale ocupar muitos metros quadrados, a maioria das tumbas abertas ficam próximas. Antes de detalhar as três que visitamos vamos falar de duas que não visitamos.
A) O túmulo de Tutmés III Foi escavado 30 metros acima do solo para evitar saqueadores, mas também não deu certo, foi saqueada!. Atualmente é acessada por uma escadaria de madeira. Até fomos até o local e subimos, mas a tumba estava fechada naquele dia. A maior riqueza dessa tumba é a descrição do famoso "livro dos mortos" em relevos de suas colunas. B) Túmulo de Tutankamon
Custo: 250 Libras Egípcias Este túmulo tem um ticket específico e deve ser adquirido também na bilheteria principal, na entrada do complexo. O famoso Tutankamon não foi tão importante na história egípcia. Nasceu em 1346 A.C e morreu em 1327 A.C, somente com 19 anos. O último faraó da XVIII dinastia não tem grandes feitos, mas ficou extremamente famoso na arqueologia moderna. Sua fama foi dada após 1922 quando o arqueologista Howard Carter achou sua tumba completamente intacta. Foi o único túmulo de faraó que não havia sido saqueado até o momento. Considerada uma das maiores descobertas do século, os objetos estão expostos no Museu do Cairo e, num futuro próximo, no Grande Museu Egípcio perto das Pirâmides de Gizé. No museu, é possível ver a rica máscara mortuária do faraó de ouro e o trono. Além de muitos outros objetos mais variados possíveis e inclusive todas as sete gigantescas caixas que recobriam o sarcófago. Cada caixa era um pouco menor que a anterior até chegar ao corpo do faraó. O corpo de Tutankamon encontra-se no Vale dos Reis em sua tumba. Contudo não existe muitos relevos e detalhes, bem pobre em decoração. E proibido fotografar lá dentro, mesmo com ticket. Agora vamos descrever as tumbas que visitamos: C) Túmulo de Merenptah Merenptah foi filho de Ramsés II e pertenceu também a XIX dinastia. Um grande corredor praticamente repleto de relevos te levam até a câmara mortuária onde você ainda encontra o sarcófago original. Interessante que criaram uma câmara com um sarcófago falso, antes da original, para enganar os ladrões. D) Túmulo de Ramsés IX
Localiza-se praticamente na frente do Túmulo de Merenptah. Este foi o oitavo faraó da XX dinastia, repare que já estamos no ano de 1109 A.C., quando o mesmo faleceu após dezoito anos de governo. Outro longo corredor se aprofunda até a câmara funerária. Aqui também foi construída uma sala antes do local do sarcófago. Mas ele foi saqueado e não existe mais. Praticamente todas as paredes são repletas de alto e baixo relevos. A câmara mortuária chama atenção devido ao desenho da Deusa Nut (corpo esticado com braços e pernas longas em formato de "mesa"). Ela representa o céu e junto ao desenho encontra-se estrelas e barcas. Isso tudo contaria a viagem "pós-mortem" do faraó. D) Túmulo de Ramsés IV
Mais alguns passos ao sair da outra tumba e você chega a entrada da Câmara funerária de Ramsés IV. Mas um faraó da XX dinastia. Nesse momento, você vai entender que os túmulos eram bem parecidos e apesar de muitos estarem fechados, três ou quatro já são o suficiente para você entender como funcionava aquele lugar. Outro grande corredor te leva a câmara mortuária. Gostei muito dessa tumba, pois achei os desenhos bem preservados e de cores extremamente "vivas". Contudo, até os símbolos e relevos se repetem. Por exemplo, a Deusa NUT reaparece gigantesca no teto. Tumba riquíssima em detalhes e foi a que fiquei mais tempo admirando os "desenhos" e curtindo o lugar. O sarcófago é repleto de símbolos e ainda está no local. Outra curiosidade foi que o local foi ocupado pelos Coptas (católicos) onde é possível ver alguns detalhes e inscrições. Mas, curiosamente, eles preservaram muito do lugar, ao contrário de outros locais do Egito que os símbolos eram considerados pagãos e os católicos os destruíam. Não visitar o "Vale dos Reis" é quase um pecado! Não existe uma viagem completa ao Egito sem vir até aqui. Espero que você descubra este lugar, conheça essas e outros tumbas.
3) Templo Mortuário de Hatshepsut Este templo fica a 5 km do vale dos Reis e é também parada obrigatória a qualquer visitante. Horários: 6 ás 17 hs, diariamente. Custo: 80 libras Egípcias. Trem da bilheteria até o complexo: 02 libras egípcias. A visita a este templo é relativamente fácil, pois o complexo não é grande e o templo é tudo que você vai visitar. Ele foi erguido na base de uma montanha. Uma grande rampa com duas imagens de falcões (Deus Hórus) leva você à parte superior da construção com várias estátuas de Hatshepsut. A parte interna é bem pequena e tem duas áreas visitáveis (uma delas é o santuário de Amon-Rá) As porções inferiores da direita e da esquerda do templo, também valem a pena sua visita, antes de subir a rampa ou depois que você descer. Do lado esquerdo, funcionou um templo em homenagem a Deusa Hathor (vaca) que representava a música, beleza e amor. Também é possível admirar muitos relevos de plantas que não existem no Egito e pessoas de traços diferentes. A faraó Hatshepsut coordenou muitas expedições pela África e esses desenhos contavam parte dessas viagens. Do lado direito, encontra-se a "Capela de Anubis". È possível ver o "Deus da Mumificação" sentado e várias oferendas. Também é interessante reparar no afresco de Tutmés III e Hórus. O faraó ofertando os olhos arrancados do Deus falcão (representação lendária que os olhos de Hórus foram arrancados pelo seu tio Set). Os relevos de Hatshepsut estão todos destruídos. Isso foi realizado devido as ordens de seu enteado, o faraó Tutmés III. Agora vale a pena conhecer um pouco dessa história... Hatshepsut foi a primeira faraó mulher da história egípcia e sofreu uma resistência incomensurável. Ela conseguiu fazer um bom reinado, próspero e até inovador com as famosas expedições. Ficou no poder por 22 anos. Foi casada com seu meio-irmão Tutmés II e, após a morte dele, ela assumiu o governo. O herdeiro legítimo seria o filho masculino que o mesmo teria tido com outra mulher, o futuro faraó Tutmés III. Contudo, nessa época, a criança ainda não tinha idade suficiente para governar. Hatshepsut chegou a usar barba falsa e calças para passar a imagem de faraó e sua descendência divina. Mas o tempo passou, Tutmés III virou adulto e buscou seus direitos. Ela morreu de causa desconhecida em 1482 A.C. e ninguém sabe onde foram parar os restos mortais. Não concordando com a "divindade" da madrasta, Tutmés III mandou destruir suas estátuas e relevos. Por isso a maioria delas estão em ruínas até hoje. O faraó queria apagar o nome dela da história egípcia. Finalizo este post lembrando dos demais lugares que não conseguimos visitar. Se tiver mais tempo na cidade não deixe de ir à Medinet Habu, Vale das Rainhas, Tumba dos nobres e o Túmulo funerário de Ramsés II.
Voltamos a margem leste pegando o barco novamente. Antes disso, fizemos uma parada numa loja de artesãos do lugar. Como toda empresa turística, qualquer tour pára nesses lugares para que o turista observe o povo local trabalhando em pedras preciosas. Lógico que compra apenas quem quiser uma dessas lembranças. Existem dois Passeios clássicos oferecidos ao turista em Luxor. Geralmente não estão inclusos nos grandes pacotes do Egito. Mas são facilmente adquiridos com os guias no navio. Vou descrever cada um deles em links específicos abaixo e você decide se vale a pena. PASSEIO DE BALÃO NA MARGEM OESTE DO NILO PASSEIO NOTURNO DE CARRRUAGEM Nosso Blog não tem patrocínios, se gostou do nosso trabalho e roteiros, contribua com qualquer valor para que possamos continuar: (PIX) [email protected]
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