PARTE 1 - ROTEIRO PANTANAL SUL
Viagem em agosto e Post de setembro de 2018 Essas duas partes do pantanal sul que abrangem as redondezas da cidade de Aquidauana e Miranda são semelhantes em Fauna e Flora. Pelo menos na visão leiga do turista. Devido a isso, achamos que você pode escolher uma fazenda ou pousada na região e se estabelecer ali por dois dias curtindo uma boa comida e passeios como safáris fotográficos, tour de barco pelos rios e uma pescaria de piranha. Conhecemos dois estabelecimentos, a Pousada Aguapé que fica próximo a Aquidauana e a Fazenda San Francisco, próximo a cidade de Miranda. 1) Pousada Aguapé Site: www.pousadaaguape.com.br Chegamos a esta pousada por indicação de um guia (Ricardo Casarin). Ele nos acompanhou na visita ao Pantanal Norte em 2016. Mas desta vez, ele não tinha disponibilidade de horário e fizemos toda a viagem por conta própria. Como relatei, alugamos o carro no aeroporto de Campo Grande e dirigimos 141 km até Aquidauana. A cidade é pequena e ainda dividida em duas: Anastácio e Aquidauana. Uma ponte sobe o Rio Aquidauana divide os dois municípios. Após passar pela entrada da cidade, são mais 10 km de asfalto na rodovia MS-262 até a estrada de terra batida. A entrada da estrada fica à direita da pista. São mais 50 km para a Pousada Aguapé. Nessa estradinha, não dá para correr, no máximo 50 km/h, então só esse trajeto vai levar 1 hora. Mas sinceramente acho que você vai levar um pouco mais de tempo. A via passa por várias fazendas e muitos animais já vão cruzar a estrada e seu destino. Só nesse trajeto, encontramos tamanduás, emas, capivaras, tucanos, seriemas e uma diversidade gigantesca de pássaros. Isso sem descrever os belíssimos Ipês de cores variadas... Chegamos a Pousada Aguapé. Na verdade chegamos atrasado para o Tour do Safári Fotográfico no caminhão da Fazenda. A dona do estabelecimento e os funcionários são pessoas fantásticas. Fizeram de tudo para conseguirmos mesmo assim pegar o passeio e deu tudo certo, um funcionário nos levou em outro carro até o caminhão que já fazia o percurso.
O Safári fotográfico foi simplesmente fantástico. O caminhão era guiado por um funcionário e um guia procurava todos os animais e pássaros possíveis para agradar os turistas. Gastaria algumas linhas descrevendo tudo que avistamos em 4 horas de safári. Mas vamos aos mais interessantes: tamanduás-bandeira, gaviões, tatu-galinha, Coruja-caburé, veado campeiro, araras azuis, capivaras, jacarés, Garça maria-faceira, etc.
Mas o mais legal desse tipo de passeio é que ele nunca se repete. Sempre pode surgir um bicho diferente ou uma surpresa da natureza. O safári se estendeu até a noite. O caminhão percorreu alguns quilômetros dentro dos hectares da Pousada Aguapé e parou num lago lotado de jacarés. Neste local esperamos o anoitecer e retornamos fazendo focagem noturna. Para quem nunca fez esse tipo de passeio, é bem interessante. O Guia usa um "holofote" e procura os animais na escuridão. Outro passeio que é possível encontrar diversos animais, principalmente os de hábitos noturnos como corujas, lobinhos, jaguatirica ou, para quem tiver sorte, até uma onça-pintada. Existe uma programação que eles fazem toda noite. Ir até a borda do Rio que cruza a fazenda e no local onde os turistas e funcionários limpam os peixes adquiridos naquele dia. Uma jaguatirica se acostumou a ir comer no local e aparece por lá geralmente entre 19 e 20 horas da noite. Ela não é domesticada, apenas se acostumou com uma comida mais fácil. Mas a natureza não tem regras, no nosso dia, ela não apareceu. Só aumenta nossa vontade de voltar para procurá-la! Voltamos para a pousada, comida pronta e servida. Geralmente as pousadas e fazendas do Pantanal fazem pacotes com todas as principais refeições inclusas. Não teria outra opção para comer se não fosse na fazenda. Lembre-se que a cidade mais próxima fica a 60 km.
Comida caseira feita na fazenda, não precisa de muito comentário. Muito e muito boa! Mas aqui vou dar um depoimento que foi unânime de todos os hospedes, um queijo feito na própria fazenda. O queijo parecia um "requeijão" com consistência firme. Simplesmente delicioso e associando a esta iguaria um doce de leite deu para repetir umas quatro vezes. O quarto da pousada é bem espaçoso, um bom banheiro, mas sem luxo. Aqui vale uma observação importante. Apesar das fazendas e hotéis tentarem dar o máximo de conforto, você estará no meio do "mato". Você pode até achar um inseto X ou o Y andando por lá. Você vai acordar bem cedo com o cantar da "aracuã". Tudo isso faz parte do passeio, sinta o clima e aproveite. Melhor acordar assim e ir tomar um café sossegado do que acordar com o despertador do celular para ir trabalhar! Acordamos! O Café-da-manhã era ao som de pássaros. A visita das aves era programada pois as pousadas deixam comida para os animais que vivem por ali. Dá para perder uns quarenta minutos ali vendo a dezena de tipo de pássaros.
Após o café, você pode optar por vários passeios na pousada. Sugerimos um tour de chalana (barco) pelo Rio Aquidauana, uma pescaria neste mesmo rio ou uma cavalgada pelas áreas alagadas da fazenda.
Nós só ficamos 1 dia na fazenda, então fizemos o Safári fotográfico na primeira tarde e o passeio de barco nesta manhã. Após o delicioso almoço, partimos! Retornamos os 50 km da estrada de terra batida e encontramos mais uma dezena de animais até a MS-262. Inclusive uma tranquila 'mamãe" tamanduá carregando seu filhote nas costas.
São 64 km até a cidade de Miranda pela excelente rodovia MS-262. Após a cidade, percorra mais 30 km até a grande placa que mostra o começo de outra estrada de terra que leva até a Fazenda San Francisco.
São mais 6 km nesse trajeto de terra, também repleto de animais e aves. Foram mais de dez paradas para bater algumas fotos nesse pequeno trecho. 2) Fazenda San Francisco A Fazenda San Francisco não estava em nossos planos. Um hóspede nos contou sobre ela e achamos que valeria muito a pena conhecer para trazer para este post. Infelizmente tentamos contato telefônico para tentar fazer uma reserva de tour na noite anterior, mas não obtivemos sucesso, a internet e a telefonia não ajudaram. Chegamos a Fazenda e a estrutura parecia ser bem bacana. Não chegamos a visitar os quartos, mas a recepção e restaurante não deixam a desejar. Nos identificamos, inclusive para a gerente e a dona do local, como blogueiros. Que nossa intenção era conhecer um tour de barco ou safári para podermos indicar aqui neste post. Fomos avisados que não tinha vaga disponível para nenhum dos passeios. Enquanto estávamos lá, um casal de senhores, entraram na recepção e cancelaram a sua reserva no barco naquela tarde pois estavam gripados. Os funcionários nos ofereceram almoço enquanto avaliavam nosso tour. Após o almoço, que sinceramente estava "mediano". A comida da Pousada Aguapé era bem superior. Somos avisamos que não tinha vaga nem no barco e nem no safári. Ficamos extremamente chateados, enquanto no dia seguinte os funcionários da Aguapé fizeram de tudo para não perdemos o passeio, aqui parecia que não havia interesse em nos mostrar o serviço. Lembro vocês que poucos minutos antes, vimos um casal desistir do passeio. Analisando o estacionamento da fazenda, encontramos inclusive ônibus de turistas e a impressão que tive foi que você era apenas mais um ali. A fazenda era muito procurada e não teria interesse em maior divulgação. Pagamos o almoço, que por sinal, caríssimo, quase 50 reais, e partimos. Claro, a breve visita não foi tão perdida. Os animais que encontramos por ali nos deram mais atenção que os funcionários. Um grupo de Araras-canindé estavam ali pertinho da recepção livremente comento uma frutinha. No trajeto de volta até a rodovia também foi repleto de pássaros, emas e capivaras. Não tenho dúvida que os passeios da fazenda devem ser fantásticos, pois a fauna que vimos em apenas 6 km na estradinha já mostrou a beleza do lugar. Mas infelizmente não posso aconselhar ninguém a ficar por ali, pois você corre o risco de ser apenas mais um turista para eles. Na rodovia MS-262, próximo a Miranda, avistamos o animal mais procurado por todos que visitam o Pantanal. Uma belíssima Onça-pintada atravessou a rodovia quando retornávamos para Campo Grande (isso aconteceu no último dia da viagem, mas para contextualizar com a cidade de Miranda resolvi descrever aqui).
Isso é o mais legal desse tipo de ecoturismo, é totalmente imprevisível. Os felinos preferem sair a noite e teoricamente na região da mata seria mais fácil achá-los. Da para acreditar que o encontramos no meio da estrada, meio-dia, atravessando cautelosamente. O animal ainda sentou e olhou para nossa equipe. Uma imagem para guardar pelo resto da vida. |