ROTEIRO DOIS DIAS EM PHNOM PENH (CAMBODJA)
Post de Fevereiro de 2016. Viagem em novembro de 2015. Dia 02: Atrações referentes à guerra civil Cambodjana. Os dois pontos mais visitados referente a guerra que assolou o país são: A prisão Tuol Sleng ou S21 e o Campo de Extermínio Choeung EK. O segundo fica há 15 km da região central da capital. É possível contratar um táxi para que ele te leve as duas atrações e sugiro negociar valores. O melhor é contratar o mesmo táxi para meio-dia, pois você pode não encontrar nenhum disponível na região do "Campo de Extermínio". Mas existe algo bem mais simples. Trata-se de uma empresa que tem ônibus fretados (tipo um "sightseeing"). Eles oferecem um tour de meio-dia e não tem um guia. Apenas um funcionário que te explica como funciona e te orienta quando chegar nos dois locais. O ônibus fica esperando o grupo. Primeiro vai para a prisão (fica mais ou menos 1 hora e meia) e depois para o Campo de Extermínio (também 1 hora e meia). Somando-se mais 2 horas de trajeto, totaliza-se 5 horas para esta programação. Pergunte na recepção do seu hotel, pois com certeza eles reservam para você, o serviço é bem divulgado na cidade. Tour pick up and Dropp off: U$ 15 por pessoa ou U$ 25 casal. Saídas: 8-8:30 hs ou 13:30-14 hs. Entradas das duas atrações não estão incluídas neste preço. 1) Breve Resumo da Guerra Não tenho embasamento político e histórico para explicar a guerra de maneira tão detalhada. Então não vou me atrever a fazê-lo. A idéia é apenas situar vocês no tempo e espaço e tentar entender o que aconteceu para um país tão pequeno ter escrito um dos piores extermínios que o mundo já viu. A Guerra do Vietnã, país que faz fronteira com o Cambodja eclodiu em 1955 e durou até 1975. Um dos motivos desta guerra estava muito vinculado à "Guerra fria" e divisão do mundo entre Capitalistas (EUA) e Soviéticos (URSS). O Cambodja que foi uma província Francesa, neste momento era governado pelo rei Norodom Sihanouk. Em 1970, seu primeiro ministro Lon Nol (influenciado pelos EUA) fechou o porto para o norte-vietnamitas e ordenou que o rei fosse exilado do país por ter influencia comunista. Assim surgiu a Republica Khmer. Contudo, o Partido Comunista Cambodjano começou a crescer, liberado por Pol Pot. Em 1975, o Khmer vermelho (assim eram chamados) assumem o poder e a população festejava pensando que melhoraria a vida de todos. Contudo, seu lider era completamente louco, começou a enviar boa parte da população para campos de trabalho forçado nas áreas rurais. Os intelectuais do país ou qualquer pessoa que poderia ser contra o regime do ditador começaram a ser assassinados. Usando a idéia que os EUA poderiam bombardear a capital em qualquer momento, Pol Pot consegue convencer a população a esvaziar a cidade. Mal sabiam eles que estavam indo para campos de concentração e a maioria era exterminada. Pol Pot enquanto liderou a "Kampuchea Democrática" (assim ficou conhecido o país neste período) assassinou aproximadamente 3 milhões de pessoas. O país tinha nessa época 7 milhões, então dá para imaginar a mente doentia deste ditador. A frase usada era: "melhor 10 inocentes mortos do que um traidor vivo". Os fundadores do Partido Comunista do Cambodja também foram mortos pelo próprio Pol Pot. Com mania de perseguição, ele achava que poderia ser traído a qualquer momento. Após o fim da guerra do Vietnã e sua estabilização, eles invadem o Cambodja em 1978 e acabam com a ditadura imposta. Mesmo assim, o país passou por uma fase complicada politicamente até 1990 quando o antigo Rei Norodom reassumiu o trono, estabelecendo uma monarquia. Atualmente o país está numa paz estável e a população tenta se erguer economicamente. O mais impressionante hoje em dia é analisar a população nas ruas. Repare que a maioria das pessoas que você vai ver tem menos de 45 anos. A maioria dos idosos foram assassinados. É uma população nova em crescimento. Apesar de tudo isso, o povo Cambodjano continua literalmente BOM de coração. A maior riqueza do país é sua cultura Khmer, os quais são muito orgulhosos, e seu Povo. Então sugiro aproveitar como um bom turista e absorver um pouco desses dois tesouros. 2) Prisão Tuol Sleng ou S21 Neste local funcionava uma escola primária e foi transformada na "Unidade de Aprisionamento e Interrogatório S-21" no governo de Pol Pot. Uma cerca eletrificada foi construída nos muros. Nas salas de aulas, algumas paredes de tijolos sem acabamento foram erguidas. Assim uma pequena sala era transformada em umas 9 pequenas celas. Não tinha banheiro, assim cada prisoneiro recebia uma caixa para suas necessidades. Existiam pelo menos três alas de prisões e torturas. Diversos mecanismos criadas para torturar. Mulheres eram estrupadas e sofriam mutilações de genitália e seios. Advogados, Médicos, engenheiros, professores ou qualquer pessoa com nível cultural e intelectual mais avançado era acorrentado numa cama na mesma posição por semanas ou meses com interrogatórios diários. Choques elétricos, sufocamento por sacos plásticos ou retirada de pele e unhas eram métodos usados pelos soldados. Praticamente qualquer técnica de tortura era utilizada para que a pessoa confessasse a sua acusação (mesmo que não fizesse sentido algum). Existiam dez regras na prisão e todos tinham que decorar, basicamente jurando que ia responder tudo que fosse perguntado. Sua visita a todas as alas vai ser forte. Não tem como não sentir um pouco da dor que as pessoas passaram. Um guia local, do próprio museu, conta a história para as pessoas. No final, você encontrará dois escritores que publicaram livros que conta a história de como era a vida nessa prisão. Eles são sobreviventes daquele lugar. Quando o Khmer vermelho foi derrotado, foram encontrados 14 corpos que estão enterrados nos museus e 12 sobreviventes. No meio deles, estavam 4 crianças. Cada livro custa U$ 10 dolares ! Ajude e ganhe uma leitura mais detalhada sobre o lugar. Horários: 8 às 17 hs, aberto diariamente. Custo: U$ 3 (< 18 anos ou estudantes com carteirinha = grátis) Guia local recebe doações dos turistas Site: www.tuolslenggenocidemuseum.com 3) Campo de Extermínio (Choeung EK) Vários campos de extermínio foram criados no país, mas este é o mais próximo de Phnom Penh, são 15 km. Uma grande área cercada abrigava o local que basicamente era usado para matar as pessoas. Ao contrário dos campos de concentrações alemães usados na segunda guerra, onde os prisioneiros trabalhavam durante anos. Aqui a intenção era unicamente aniquilação dos traidores e ameaças ao regime. Caminhões lotados de pessoas chegavam à noite e desembarcavam as pessoas. Assim elas começavam a serem mortas, como a demanda era grande, os guardas não conseguiam matar todos tão rapidamente. Eles amaravam o restante num galpão escuro para matar no dia seguinte. Não podia gastar munição com prisioneiro, então era usado diversos objetos na matança. Bambu era enfiado nos crânio, lanças, facas, machados, etc. Algumas árvores tem as marcas de facões até os dias atuais e as marcas tem várias alturas, mostrando que não havia distinção entre, mulheres, crianças, velhos ou adultos; todos eram mortos cruelmente. O Museu não tem mais os edifícios (O galpão, a câmara de gás, os alojamentos dos guardas) que foram destruídos. Então diversas placas sinalizam os locais onde ficariam tudo isso e o trajeto que as pessoas faziam ao desembarcar no local. Diversas covas foram achadas com centenas de corpos. A maioria dos restos mortais foram colocados num mausoléu que fica no centro daquela área. Uma montanha de crânios empilhados num Mausoléu bem apertado, na minha opinião foi feito dessa forma para você ficar angustiado e sentir na pele o horror daquele lugar. O Lugar é limpo periodicamente por que devido as chuvas várias partes de corpo e roupa ainda surgem até hoje. Então caminhe cautelosamente pois você pode se deparar com pedaços de ossos pelo chão. No final do percurso, você encontrará duas grandes árvores. A primeira era utilizada para assassinar crianças e fica ao lado de uma grande cova onde acharam corpos de mulheres e crianças. Na segunda árvore, era colocado caixas de som em alto volume com músicas do partido comunistas para abafar o choro e gritos das vítimas. Os vizinhos achavam que era uma reunião do partido. Sugiro realmente contratar um "audio-guia" pois sua visita ficará mais completa. No sistema tem vários depoimentos de familiares e guardas que trabalharam no local. Horários: 7:30 às 17:30 hs, aberto diariamente. Custo: U$ 3 (audio-guia custa U$ 3 dolares também) Site: www.tourismcambodia.com (Não achei um site oficial do local) 4) Voltando para o Hotel. Muito provavelmente, seu ônibus vai fazer o mesmo percurso quando voltar para seu hotel, pois a maioria das pessoas ficam em hotéis próximas ao Palácio. Assim, observe o caminho, pois vai passar bem em frente ao Monumento da Independência (a foto está anexa). É um dos pontos mais famosos da cidade. Mas fica um pouco distante da região mais procurada da cidade e não sei se vale a pena andar até lá para ver um simples monumento. Outra opção, se você não viu o monumento neste trajeto, é pedir para seu taxista passar no local antes de chegar ao aeroporto quando estiver deixando a cidade. OBS: Do nosso hotel, que ficava próximo ao Palácio, gastei U$ 12 dolares para o Táxi levar ao aeroporto (Tabelado, por isso vale a pena pedir na recepção do próprio hotel). Sem trânsito, você vai gastar 30 minutos nesse percurso. 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