Registro (São Paulo)
Viagem & Post Publicado em Junho de 2016. São 191 km de São Paulo. Pegando a Rodovia Regis Bittencourt, não tem como errar, você vai chegar na "capital do Vale do Ribeira". A cidade recebeu este título, merecido por sinal, por sua importância desde a época colonial até os dias atuais. Aqui foi implantado o posto "Registro" para contabilizar a parte do dízimo da coroa portuguesa. No Vale do Ribeira, foram descobertas as primeiras jazidas de ouro. Ele era explorado e transportado em canoas pelo Rio Ribeira de Iguape até a cidade de mesmo nome. Mas ao passar por Registro, o fiscal da coroa cobrava o dízimo. Assim, a cidade fundada muitos anos, depois carrega até hoje o nome de REGISTRO. Colonização Japonesa: A primeira colônia japonesa implementada no Brasil foi na região de Registro. Essa raiz foi plantada de maneira tão forte que até hoje é o marco da cidade. Para você ter idéia, os caixas eletrônicos dos bancos estão escritos em português e Kanji. Após 1912, o governo brasileiro assinou um tratado com o Japão para estimular a imigração. Consequentemente, durante anos, os japoneses chegavam ao Brasil e a região do Vale do Ribeira foi um dos maiores polos. Uma história interessante foi o cultivo de chá na região. Um japônes chamado Torazo Okamoto trouxe do Sri lanka em 1934 algumas sementes de chá preto. Para evitar a fiscalização, ele colocou as sementes com punhados de areia dentro de um pão. Como a viagem da época durava vários dias, ele chegou ao Brasil já com pequenas mudas. Essas plantas foram espalhadas por várias áreas do vale e tornaram-se as matrizes do chá preto produzido até hoje na região. O "Chá Amaya" ainda é o principal chá tipo exportação produzido em registro. É possível visitar a fazenda, se for de seu interesse, entre em contato: Site: www.chasamaya.com.br Atrações turísticas: 1) Centro Cultural Kaigai Kogyo Kabuchiki Kaisha (K.K.K.K.) Em 1922, a Companhia japonesa Ultramarina de Desenvolvimento KKKK construiu quatro armazéns e um engenho para beneficiamento de arroz. Funcionou até 1939 quando foi suspenso devido a segunda guerra mundial. Depois do conflito bélico os armazéns voltaram a funcionar com outras funções e nova administração, até desenvolver a parte cultural da cidade. Virou um centro de formação de professores e o Museu da Imigração Japonesa em 2002. Vale muito a pena sua visita ao local, mas os prédios hoje pertencem ao SESC e já fiquei sabendo que o Museu vai sair daquele armazém. Sinceramente uma pena, pois o charme do local, aumentava ainda mais a importância das obras. O Museu vai no próximo mês para um prédio na mesma rua. 2) Museu da Imigração Japonesa O Museu é dividido em três andares. O inferior conta a história da imigração japonesa à Registro. Várias peças da época, desde ferramentas para arar a terra até máquinas usadas para tapeçaria ou para moer café. O segundo andar tem quadros e maquetes de artistas nipônicos da cidade. Ressalto a maquete do próprio "KKKK", achei bem legal. Toda cidade desenvolvida como colônia japonesa no Brasil tem uma referência no Japão. Intitulada "cidade irmã", no caso de registro, é NAKATSUGAWA que fica à nordeste de Nagóia. O terceiro andar do museu é todo voltado a relação entre as duas cidades irmãs. Várias peças que foram presentes do povo japonês e foto de encontros históricos entre representantes de ambas. Ressalto o elmo de um samurai em exposição no museu. Horário: 10 às 17 horas, diariamente. Custo: gratuito. 3) Praça Beira Rio A praça Beira Rio, fica como o próprio nome afirma, ao lado do rio Ribeira de Iguape. Aqui encontramos várias atrações interessantes. O mais importante é o KKKK que está situado ao lado da praça. No centro da praça, observa-se uma escultura de 7 metros de altura, em forma de flor, feita por Tomie Othake. A flor de aço simboliza a árvore GUARACUI. Há muitos anos atrás, existia uma grande árvore no centro da cidade, mas a mesma foi cortada para ser construída a maior avenida. Esse fato lamentável pelo menos foi reverenciado pela artista. No museu da imigração existe uma foto exposta onde era possível ver a árvore (deixei em anexo). Do outro lado da praça, você vai achar alguns restaurantes e um MERCADO MUNICIPAL. 4) Mercado Municipal: O Mercado é bem pequeno, mas protege a cultura da cidade. Aqui você vai encontrar diversos tipos de artesanatos, bebidas e comidas típicas da região. Na parte posterior, parecia um local para venda de peixes frescos e mudas de plantas. Mas só encontramos várias mudas, acredito que a venda de peixes deve ter um horário e dias específicos. Horário: 9 às 18 horas, terças-feiras a sábados. 9 às 15 horas, domingos. Observação: Se você caminhar por trás dos armazéns do KKKK para sua esquerda, chegará em outro parque. Não tem muitos atrativos, mas vale a pena andar até lá para conhecer o Tori (portal japonês) erguido para comemorar a imigração japonesa à Registro. Aqui também vale algumas fotos, pois o parque está adjacente ao Rio Ribeira de Iguape e atrás da colina onde situa-se a Catedral no topo. Uma pequena caminhada pode te render alguns cartões postais. 5) Catedral São Francisco Xavier: Saindo do estacionamento da Praça Beira Rio, você vai subir duas quadras na rua D. pedro II e virar a esquerda. Esta já é a rua da Catedral. Mais alguns passos você já chega na atração, tem estacionamento no local. A fachada da Igreja é muito bacana e seu interior bonito, limpo e agradável. Mas um estilo bem moderno, nota-se que deve ter sido reformada recentemente. Horário: 8 às 18 horas, diariamente. 6) Praça cidade Nakatsugawa: Após sair da igreja continue descendo a rua Pio XI. Nota-se que esta rua faz praticamente um "V" e a Igreja está no Vértice. Então, seguindo descendo essa rua, ela vai mudar de nome (R. Tamekichi). Você vai percorrer 900 metros até a praça Nakatsugawa. Uma pracinha bonita com algumas pequenas pontes japonesas típicas e um jardim bem cuidado. Nada de mais, contudo por ser bem perto dos outros pontos do roteiro e a importância de "Nakatsugawa" para Registro, acho que vale a pena ir até o local. 7) Memorial Brasil-Japão Se você estiver a pé, sinceramente o melhor é finalizar o roteiro aqui. Você já viu os pontos principais. De carro, vale a pena percorrer a rua principal até o memorial Brasil-Japão que fica numa rotatória. Então, saindo da praça, você vai pegar a rua Guanabara a direita. Percorra até chegar a uma grande avenida chamada "Clara Gianotti de Souza". Esta grande avenida é uma das principais da cidade e aqui você vai encontrar lojas de vários produtos, bancos, supermercados, etc. Você vai pegá-la no sentido esquerdo e dirigir até a rotátoria onde está o Memorial Brasil-Japão. 8) Templo Budista Honpa Hongwanji Logo após passar a rotatória, na mesma avenida, você pode pegar a primeira saída a esquerda. Esta é a "Avenida Estados Unidos". No primeiro quarteirão a direita de novo, você chegará a um templo budista. Muito legal ter um templo budista no Brasil, muito comum nos países asiáticos. Mas aqui temos um problema, praticamente impossível ser visitado. Não existe um horário oficial de quando está aberto. Os relatos que recebi, no museu da imigração, é que o templo funciona dois domingos por mês, de maneira aleatória. Consequentemente fica bem difícil fazer um roteiro e prever que você vai conseguir conhecê-lo. Deixo a dica e pela proximidade, se você estiver de carro, acho que vale a pena dar um pulo no local. Quem sabe você tem mais sorte, consegue entrar e bater belas fotos. Observação: Para finalizar, deixo a informação a respeito do "Museu da Mata Atlântica" que funcionava no prédio da UNESP e é citado em outros sites de viagens. Contudo, por falta de espaço físico no edifício o museu foi desativado para visitação. Tentei ir ao local e fui muito bem recebido pelo organizador do projeto. Ele afirmou que o museu está itinerante pelas cidades do vale do Ribeira com amostras temporárias e espera conseguir um espaço definitivo o mais breve possível. |
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