CENTRO HISTÓRICO DE SÃO LUIS (MA)
Viagem em abril e Post de maio de 2017 São Luis é uma ilha cheia de encanto. Conhecida como ILHA DO AMOR ganhou esse título graças ao carisma de sua população. O sorriso no rosto e o jeito cuidadoso de atender as pessoas fazem o maranhense muito especial.
Dividimos o roteiro da cidade em duas partes. Esta vai explorar a "São Luis antiga" como o próprio maranhense se refere a região do centro histórico que fica mais ao sul da ilha. A "ponte José Sarney" divide esta área com a "parte nova". Nesta segunda parte da cidade, grandes avenidas cortam a região e podemos encontrar a Lagoa da Jansen, a litorânea com as praias mais frequentadas da cidade e a região da península. Tudo isso vai estar neste LINK. Conhecendo o Centro Histórico em 01 dia: A maioria dos turistas se hospedam nos modernos hotéis na parte nova de São Luis. A melhor maneira de ir até o centro é de táxi, uber ou carro alugado. Da praia do Calhau (litorânea) até o início do nosso roteiro custou R$ 30, 00 de táxi. Nosso roteiro vai começar no Convento das Mercês pois fica mais distante das outras atrações que vou citar abaixo. Minha idéia era chegar aqui de táxi, conhecer o local e depois pegar outro táxi para o "Cais da Praia Grande". A partir do Cais conhecer tudo a pé. Nossa primeira decepção foi encontrar o Convento das Mercês fechado. Não achei um site fidedigno do real horário que o mesmo funciona. A maioria dos sites e blogs que pesquisei deixam a informação abaixo, mas não garanto mesmo sucesso na sua visita. Tivemos que nos contentar com uma vista do bonito prédio. Subimos no táxi e partimos para nossa segunda parada. End.: Rua da Palma, 502. Horários: 14 às 18 horas, de segunda a sexta. (informação não confirmada e bem divergente em vários sites. Não achei um site oficial do lugar). Assim, nosso roteiro será todo a pé iniciando do Cais da Praia Grande. A) Cais da Praia Grande Neste local partem as "escunas" para Alcântara. Vou explicar melhor sobre esse trajeto neste post. Mas se for de interesse já pode pegar algumas informações no local ou comprar o ticket da travessia. Aconselho comprar com antecedência se sua idéia é ir para Alcântara num sábado ou algum feriado. Nesses dias sempre é muito cheio de turistas procurando esse passeio. Existe outra maneira de ir até Alcântara: de balsa. Ela sai de outro porto relativamente próximo ao centro histórico. Mas tudo isso vai estar detalhado no post de Alcântara. Ao lado do Cais, tem um pequeno coreto e uma vista muito legal da parte nova de São luis. O mar, pode ou não, estar a frente desta paisagem. Muitos não entenderam essa afirmação. Vamos explicar melhor... São Luis é uma das cidades brasileiras mais próxima ao Equador e com uma das maiores variações de maré do país. Então, dependendo do horário, você pode encontrar só areia nesse ponto, a escuna encalhada no cais e não conseguir ver nem sinal do oceano. Após algumas horas, se retornar nesse mesmo lugar, vai encontrar o mar batendo nas paredes do cais. Anexado deixei duas fotos que tirei no mesmo lugar, no início do dia quando começamos o roteiro e no final da tarde quando o finalizamos. É impressionante e intrigante. Claro que essa variação é vista em qualquer praia da cidade. Ressalto que deve-se programar uma suposta visita a Alcântara. O mar recua bastante e não tem barcos em algumas horas do dia. Muito menos horário certo de partida das escunas. Eles sempre estipulam uma variação de 2 horas para a partida e você pode ligar no telefone do Cais no dia anterior para obter a informação do horário mais factível. B) Palácio dos Leões e Catedral da Sé Atravesse a rua em frente ao coreto. Uma pequena pracinha vai te dar duas opções de roteiro. Ou você começa pelo prédio a direita que é a CASA DO MARANHÃO seguindo pela principal área do "Reviver" que são as ruas de casas com os famosos azulejos portugueses. Ou sobe a ladeira do seu lado esquerdo que vai te levar ao PALÁCIO DOS LEÕES. Optamos pela segunda proposta, pois decidimos primeiramente fazer os pontos como palácio e museus que tinham horários fixados e deixamos as ruas de azulejo e o mercado para o final do roteiro. O Palácio é a sede do Governo do Maranhão mas infelizmente está em reformas na parte interna com suas visitas guiadas interrompidas. O prédio é muito bonito e vale a pena parar e garantir algumas fotos. Dois pedestais em frente ao portão principal seguram duas esculturas de leões sentados como se protegessem o local. Teoricamente as visitas ocorrem da seguinte maneira: Horários: 14 às 17:30, gratuitamente Segundas, quartas e sextas. Mas uma vez, a falta de um site com informações precisas deixa os turistas boiando. Não existe uma placa relatando a suspensão das visitas pela reforma. O site do governo do maranhão, mostra que também existiria visitas aos sábados. Então, como sempre, nosso país não respeita o turista, tente ir nos horários que deixei acima pois é o maior consenso nos sites e blogs que pesquisei. Mas não tenho qualquer informação de quando está previsto o fim da reforma. Vamos nos contentar em ver a arquitetura e prédios do lugar. Isso sim vale muito a pena. De um lado o Palácio dos leões, depois a Prefeitura, seguida por alguns casarões em estado bem deteriorados. Aqui existia uma placa de uma possível reforma dos mesmos. Do outro lado da rua, encontramos na mesma sequência: A capitania dos portos, um banco do brasil e o fórum. No final da rua chegamos a praça D. Pedro II onde existia uma fonte com a estátua de uma "Iara". A imagem encontra-se no Museu Histórico e vamos ver em algumas horas. Atrás da praça está a Catedral da Sé que tem a Nossa Senhora da Vitória como padroeira. O Altar é todo de ouro e um afresco muito bonito chama atenção no teto. Coladinho a igreja, do lado esquerdo, está o Museu de Arte Sacra. Este estava aberto, mas não o visitamos por opção pessoal. B) Praça Benedito Leite: Após a Catedral, do lado direito está a PRAÇA BENEDITO LEITE. Aqui você encontra o centro de informações turísticas onde pode tirar dúvidas e adquirir mapas de toda a região. O final da praça fica num patamar acima das casas coloniais e de uma ladeira. Local legal para fotos. A rua que passa em frente a praça te leva a fonte mais famosa do centro histórico. Caminhando dois quarteirões na "Rua dos afogados" você chega a FONTE DO RIBEIRÃO. Ter água na época colonial era um sinal de riqueza e fartura. Pouquíssimas moradias tinham poços privados. A maioria da população teria que ir retirar nas fontes públicas, como esta. A água que ainda corre por baixo da fonte do Ribeirão é repleta de peixes. Teoricamente existem acessos dessa fonte para todas as outras que existiam na época colonial. Existiria uma rede subterrânea por baixo de toda a área do centro histórico. O turista não tem acesso a esta rede subterrânea, se contentando com algumas fotos da famosa Fonte do Ribeirão. Caminhe mais dois quarteirões após passar a fonte e vire a direita. Ande mais uma quadra e você chegará no museu. C) Museu Histórico e Artístico do Maranhão Parada obrigatória para visita. O Museu é bem bacana. Um casarão colonial revitalizado. Aqui moraram algumas famílias ricas daquele século. As visitas são todas guiadas e só é permitido fotografar nas áreas abertas (terraço, jardim, etc). Você vai conhecer a sala usada pelos homens e outra para as mulheres. Todos os cômodos com uma "cuspideira" usada para cuspir o tabaco que eles mascavam na época. Uma sala de órgão para os famosos sarais, o quarto do casal, o quarto da filha e outro do filho. A mobília original mostrava os costumes do século XIX. Interessante que o quarto do rapaz não tem cama, pois eles dormiam em redes e estudavam nas cidades maiores; ficando muito tempo fora da moradia. Existe também uma sala de jantar com mobiliário e louças da época. Por fim, uma biblioteca com o manuscrito original de "O MULATO" de Aluísio de Azevedo. Tudo isso no andar superior. No final da visita descemos e conhecemos a parte inferior onde está o poço usado na época, deixando claro que ali morava uma família rica. Seguimos para os jardins onde estavam alguns bustos e estátuas. Ressalto a estátua de uma IARA que ficava originalmente na praça D. Pedro II em frente a catedral. End: Rua do Sol, 302. Horários: 9 às 18 hs (Terça a Sexta) 9 às 17 hs (Sábados) 9 às 13 hs (Domingos) A bilheteria sempre encerra as atividades 30 minutos antes do fechamento do museu, pois as visitas são todas guiadas. Ressalto que o museu é fechado às segundas-feiras. Custo: R$ 5,00 Após visitar o museu, retornamos pela Rua do Sol para a esquerda, andamos três quarteirões. Vamos passar na frente do TEATRO ARTUR DE AZEVEDO que também encontra-se em reformas. Deixo informações colhidas em sites e blogs, também não oficiais. Mas não tenho certeza de quando será reaberto. Visitas sempre guiadas Horários: 14 às 17 hs (terça a sexta) Custo: R$ 2,00. Logo depois do Teatro, tem o prédio dos CORREIOS na esquina com a PRAÇA JOÃO LISBOA. Aqui encontramos também a IGREJA DO CARMO que está em péssimo estado de conservação de sua fachada e obviamente encontrava-se fechada. D) Casa das Tulhas: Atravesse toda a praça e a rua do outro lado que fica na frente da Igreja do carmo e desça a ladeira Humberto de Campos. Você chegará a um largo com algumas lojas de souvenirs, a Defensoria Pública e a CASA DAS TULHAS. Funciona como um mercado central com pequenas lojas uma ao lado da outra. Aqui você encontra um pouco de tudo. Souvenirs de vários tipos, comidas típicas e o famoso azulejo português com seu nome gravado ou sua profissão. Tentei procurar uma loja que fizesse por encomenda o logotipo da Mila pelo Mundo num azulejo, mas não consegui. Não são eles que fabricam, apenas vendem o produto que já chega pronto. Mas o melhor do mercado é conseguir comprar comidas típicas locais. O doce de buriti, castanhas, camarão, doce de cupuaçu, o famoso guaraná Jesus ou a cachaça maranhense de mandioca, chamada Tiquira. Existe outro local próximo ao centro histórico chamado CEPRAMA (Centro de Artesanatos do Maranhão) onde você vai encontrar os mesmos souvenirs que são vendidos no mercado e na minha opinião com um preço um pouco mais acessível. Vou comentar sobre esse local no final do post, mas não dá para ir a pé daqui. Atravesse o Mercado inteiro e saia pela porta que fica na rua paralela, chamada R. Djalma Dutra. Caminhe para a direita até a esquina. Se virar a esquerda está a rua mais famosa da cidade (Rua Portugal) e continuando a rua Djalma você vai encontrar o BECO CATARINA MINA com sua famosa escadaria. Vale algumas fotos também do lugar que ganhou o nome de uma ex-escrava que ficou rica e morou ali durante alguns anos. E) Rua Portugal e Casa de Nhôzinho: Depois de conhecer o beco (nem precisa subir a escadaria), retorne a esquina do Mercado e vire a direita na famosa RUA PORTUGAL. Aqui estão os casarões de três ou quatro andares com suas fachadas recobertas de azulejos portugueses, o ponto mais importante do nosso roteiro. Em 1997, o centro histórico de São Luis ganhou o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pelo conjunto arquitetônico português. O turismo no Maranhão cresceu bombasticamente nessa época e surgiu o movimento REVIVER onde foi investido em reformas e restauração de toda aquela área central no entorno da Rua Portugal. O lugar ficou lindo e um orgulho para a população maranhense, visitado por turistas do mundo inteiro. Eu morei em São Luis por volta de 1999 e lembro muito bem de como aquele lugar era lindíssimo, uma volta ao passado colonial maranhense. São Luis foi conquistada pelos franceses mas foram os portugueses que ali se estabeleceram após expulsar seus colonizadores iniciais em 1621. Após 20 anos, os holandeses invadiram o lugar e permaneceram 3 anos. Retornando depois para as mãos dos portugueses novamente. Tudo isso só enriqueceu de cultura o lugar e ganhou um sincretismo dos três países na arquitetura e azulejos, claro predominando os estilo luso. Mas agora vamos para a parte triste da história. O projeto reviver foi na década de 90 e após anos de descaso do poder público os casarões "morreram" novamente. Não existe nenhuma manutenção do lugar. Os azulejos estão desgastados, a maioria dos casarões abandonados e o descaso impera no lugar. Ainda vale a pena visitar, mas não se compara a nada que existiu no auge do projeto reviver. A sociedade maranhense briga por um novo projeto de revitalização, mas sem nenhuma previsão. Vamos nos contentando por enquanto com os casarões coloniais naquele estado. Bem no meio da Rua Portugal, do lado direito de quem vem do mercado, existe um casarão azul de três andares que é um centro cultural chamado CASA DE NHÔZINHO. Visite o lugar pois vale a pena. A Casa de Nhôzinho ganhou o nome de um antigo artesão que sofria de uma doença degenerativa que deformou suas mãos, pernas, além de danificar a audição e visão do lado direito. O artista, mesmo com todas as dificuldades, foi um mestre na confecção de bonecos. Ele era famoso pelos bonecos que criava e todos com características próprias, nunca semelhante ao anterior. Ele representava em suas obras o principal elemento da cultural maranhense, a roda de boi. Confeccionava a roda, o bumba-meu-boi e todos os bonecos ao redor. As obras do famoso artista estão no último andar do casarão, mas os dois outros andares estão repletos de trabalhos de outros artesãos. As visitas são guiadas por jovens. End.: Rua Portugal, No 185. Horários: 9 às 18 hs, terça a domingo. Custo: Grátis F) Casa do Maranhão: No final da rua Portugal, ela bifurca-se em uma pracinha. Para a direita, está a R. do Itapiche. O grande edifício é a CASA DO MARANHÃO. Você retornou para o mesmo ponto do início do nosso roteiro. então se optou por começar nessa direção, faça todo o percurso ao contrário. Um museu folclórico que mostra a cultura do maranhão desde o bumba-meu-boi, festa do divino até o famoso tambor de crioula. Horários: 9 às 18 hs, terça a sábado. 9 ás 12 hs, domingos Fechado nas segundas-feiras Custo: Grátis OPÇÃO EXTRA: Visitar o CEPRAMA (Centro de Produção Artesanal do Maranhão) é um boa opção para quem quer fazer compras (souvenirs, camisas com logo da cidade, o azulejo português com seu nome, etc). Todos esses artigos também estão na CASA DAS TULHAS, como citei. Mas os preços no Ceprama são um pouco mais acessíveis e os comerciantes negociam mais com o turista. Aqui não tem os aperitivos, as bebidas e comidas típicas. Esses devem ser comprados na Casa das Tulhas. Fica um pouco distante da região do centro histórico. Nas costas da Casa do Maranhão está o Cais da Praia Grande. Você vai praticamente seguir para a esquerda na "Av. Senador Vitorino Freire". A distância é de aproximadamente 2 km. Você vai passar pela primeira rotatória e prestar atenção num grande prédio branco a esquerda. Faça o retorno e o estacionamento gratuito fica nessa mesma avenida. Tem uma entrada também pela Rua São Pantaleão do outro lado do quarteirão. End.: Rua São Pantaleão Horários: 9 às 19 horas (segunda a sexta) 9 às 20 horas (Sábados) 9 às 13 horas (Domingos) |
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