PARQUE NACIONAL DE SETE CIDADES (PIAUÍ)
Viagem e Post de Agosto de 2016 O Parque Nacional de Sete Cidades é uma área de preservação de 6300 hectares no Estado do Piauí, dividido entre a cidade de Brasileira e Piracuruca. Fica bem próximo à fronteira do estado do Piauí com o Ceará. Partindo de Fortaleza pela BR-222, você vai entrar no Piauí e percorrer 62 km. Entre o Km 62 e 63, você vai pegar uma pequena estrada asfaltada saindo à direita. São 8 km de extensão até a entrada do parque. Por ser uma reserva natural, não é possível entrada de nenhum animal de estimação. Consequentemente, a Mila não entrou, ficando com familiares. Após entrar no parque (entrada gratuita) você vai com seu carro até a administração. São 4,5 km de uma estrada de terra batida. Tem um pequeno museu na administração e, neste local, você vai encontrar os guias. A entrada é gratuita, mas percorrer as sete cidades é obrigatório ser acompanhado por um guia credenciado. Custo do Guia (2-3 hs de tour/carro): R$ 80 Reais. O Guia vai no seu veículo durante todo o passeio. Em vários locais é preciso estacionar e fazer pequenas trilhas. Horários: 8 às 17 horas, diariamente. Também é possível fazer o TOUR a pé ou de bicicleta. Lembre-se, você está no Piauí, então é bem quente. Não esqueça protetor solar, roupas confortáveis e chapéu. Ah! o mais importante, leve água e, se quiser, algum alimento. Na administração do parque, você ainda consegue comprar água, mas após entrar nas sete cidades, não existe nenhuma opção de compra de bebidas ou alimentos. Breve História do Parque e Teorias: O Parque foi fundado em 1961 e é reconhecido por ter as mais belas formações geomorfológicas do Brasil. A teoria mais aceita é que toda aquela área era coberta de oceano e após milhares de anos, o mar recuou. Naquela área específica formou-se um grande "lago salgado" que foi evaporando com o avançar dos anos pela ação do sol e vento até rachar o fundo do terreno e formar as rochas que vemos nos dias atuais. Essa ação de "craquelamento" das rochas é visível atualmente nos rios que secam no nordeste e o chão literalmente racha em várias partes. Não tenho formação em geologia, mas essa breve explicação do guia deixa claro como surgiu tudo aquilo. Realçando a hipótese que toda aquela área já foi submersa, é possível ver areia semelhante a praia, em frente a Pedra da tartaruga na sexta cidade. O Guia relatou que o solo já foi estudado e tem os mesmos componentes geológicos de uma areia de praia. Sete Cidades ganhou esse nome devido a "craquelamento". O pesquisador que descobriu aquela área achou que este aspecto era semelhante a telhados de casas e a distribuição das pedras pareciam "sete cidades". A explicação de todas aquelas formações terem sido por ação da natureza é a mais aceita, deixando a maioria das pessoas convencidas. Mas só o que não falta são teorias da criação das rochas de arenitos com suas formas peculiares. Um grande pesquisador austríaco idealizou que o Brasil foi visitado pelos fenícios há mais de 3000 anos. Os hieroglifos encontrados nas rochas podem ter a mesma origem da escrita egípcia. Anos depois, veio outro pesquisador que lançou a hipótese de sete cidades ter sido um império viking. Claro que iria surgir os adoradores da teoria de vida extraterrestre, principalmente a descoberta de duas pinturas de mãos com seis dedos. Existe até a teoria que toda aquela área pode ter pertencido ao "continente perdido de Atlante" e ainda encontra-se soterrado embaixo das rochas. O idealizador dessa teoria baseia-se na avaliação de mapas encontrados em ICA (Peru) onde existem antigos continentes e rotas de navegação. Os detalhes dos hieroglifos encontrados no Piauí tem vários elementos dos peruanos. Deixo a descrição de todo o percurso que fizemos lá dentro. Não vou me deter a explicar caminhos, porque você obrigatoriamente vai estar com um guia. Vou apenas descrever as atrações mais importantes. O roteiro foi aleatório percorrendo as "cidades", então vou esmiuçando da mesma forma que conhecemos. 1) SEXTA CIDADE: Nossa primeira parada foi bem em frente a "Pedra da Tartaruga". Na minha opinião, uma das mais bacanas que existe no complexo. Apesar de não existir a cabeça do suposto animal pétreo, o formato e detalhes do casco são muito bem feitos. Chamo a atenção da areia bem em frente a pedra. Como relatei, lembra muito areia de praia. 2) SEGUNDA CIDADE: Voltamos ao carro e percorremos mais alguns metros. Hora de estacionar e seguir na trilha mais longa do passeio, onde vamos percorrer toda a "segunda cidade". Primeiramente, passamos por um portal de arenito, conhecido como "Arco do Triunfo". Tem 18 metros de altura e se olharmos de cada lado da estrutura rochosa, você vai ver detalhes diferentes. Pelo sentido que você está entrando na segunda cidade, a pedra parece um Elefante. É possível ver o pequeno olho bem em cima da fenda, a porção esquerda seriam as grandes patas do animal e, a porção direita, uma longa tromba. Após atravessar o portal e olhar para ele do lado oposto, você vai imaginar realmente o Arco do triunfo francês. Antigamente o TOUR passava de carro por debaixo deste arco, mas o barulho do motor dos veículos estavam causando micro rachaduras na pedra e poderia destruí-la em algumas décadas. Visitei mais de dez vezes o parque na minha infância e ainda vivenciei este período que tudo era feito de carro. Mas continuando nossa trilha. Chega-se ao Sítio da Mão de Seis Dedos. Algumas pinturas rupestres nas rochas, inclusive da mão que dá nome ao sítio e estimula a imaginação dos ufólogos. Os hieroglifos são todos pintados de vermelho e datam de mais de 6000 anos. Caminhando mais um pouco, chega-se à outro sítio de pinturas chamado Pedra do Americano. Traços geométricos semelhantes ao sítio anterior. Até hoje continuam em estudo e ainda longe de serem totalmente decifrados. No final da nossa caminhada está o Paço da Biblioteca. Uma formação rochosa fantástica. Não tem como você não imaginar uma biblioteca, quem sabe até idealizar o próprio M.A.S.P. ao olhar aquela obra-prima da natureza. Passando por baixo do vão da "biblioteca", chega-se a uma escada de madeira que dá acesso ao mirante. Vale muito a pena subir, não é muita tortura, são poucos degraus. Lá em cima você tem uma visão de 360 graus de boa parte do Parque Nacional e da área onde estão as Sete Cidades. Vamos retornar pelo mesmo percurso até o carro e continuar nosso TOUR até a próxima cidade. 3) QUINTA CIDADE: Nossa parada na quinta cidade é a Gruta do Catirina. Uma história interessante de um homem chamado José Ferreira do Egito (o Catirina), lavrador, que se isolou do contato com outras pessoas juntamente com seu filho. A criança era portadora de Epilepsia. Naquela época, existia muito preconceito com esses doentes. Achavam que eram demônios que dominavam as pessoas durante os episódios de convulsão. Eles moraram naquela gruta por 13 anos. O pai "curandeiro" fazia diversas misturas de folhas para tratar o jovem. No interior da pequena gruta é possível ver o local onde o homem cozinhava e fabricava as "poções" para tratar o filho. Em 1944, seu filho faleceu e ele o enterrou bem próximo a gruta e foi embora. Ninguém soube seu paradeiro. 4) QUARTA CIDADE: Voltamos ao carro e percorremos alguns metros até nossa próxima parada. A Quarta cidade também não apresenta uma trilha longa, menos de 10 minutos de caminhada. Primeiramente passamos por um portal na rocha de arenito. O ápice é o formato do portal, trata-se do Mapa do Estado do Ceará. Do outro lado, encontramos o "Beijo dos lagartos". Formação rochosa bem interessante. Mais alguns passos nos deparamos com outra rocha vazada. Mas desta vez, trata-se do Mapa do Brasil. Os dois mapas também estão na lista TOP 10 na minha opinião. Para voltarmos ao carro, entramos em outra pequena abertura numa rocha e passamos num pequeno túnel. Este curto caminho por dentro da formação rochosa é chamado Passagem do Índio. 5) TERCEIRA CIDADE: O ápice do nosso passeio é a Terceira Cidade. De carro são poucos minutos de trajeto. Estacionamos e percorremos outra mini-trilha. Aqui vamos encontrar as formações mais bacanas de todo o complexo. Deixei as fotos das mais famosas e a riqueza de detalhes chama muito atenção. - ìndio de Perfil - Gorila - Dedo de Deus - Camelo - Três Reis Magos - Mapa do Brasil com a divisão dos Estados Aproveite para guardar registros fotográficos pois esta área do parque é bem legal. Voltamos ao carro e partimos para as próximas cidades. 6) PRIMEIRA CIDADE: Encontramos a piscina do Olho D`àgua dos Milagres. Não é funda, mas está bem na margem da floresta. Local bem agradável e você pode tomar banho e se refrescar do calor. De acordo com o guia, aquele lugar nunca ficou sem água, por isso leva o nome de "Milagres". OBS: Também existe uma Cachoeira dentro do Parque Nacional que antigamente era visitada, mas está totalmente sem água há alguns anos, então não faz mais parte do TOUR. Bem próximo a "piscina" natural está a Pedra dos Canhões. Alguns troncos de árvores ficaram fossilizados junto as pedras. Uma visão muito interessante, parece realmente uma fortificação militar. Nem preciso te falar que durante todo esse percurso é muito fácil você usar a imaginação e achar dezenas de outras formas em todas as rochas. Por exemplo, aqui do lado da Pedra dos canhões achei uma formação de outra Tartaruga. Bem menor, mas com cabeça e patas. Dá uma olhada na foto que deixei em anexo e analisa se realmente não parece o nobre animal. 7) SÉTIMA CIDADE: Seguimos de carro até a última cidade onde vamos conhecer a pequena Gruta do Pajé. Uma das atrações menos interessante. Tem também inscrições rupestres nas paredes, que datam de milhares de anos. A gruta recebeu esse nome devido a figura de um "Cachimbo" saindo fumaça que fica na parede esquerda da atração. Acabou nosso TOUR. O guia orienta como retornar com o carro até a administração do parque. Ele vai ficar por lá e você vai pegar a pequena estrada com seus 4,5 km até sair na cancela do Parque Nacional. Onde se hospedar? Desta entrada do parque até a cidade de Piripiri, são 22 km. Lembre-se são 8 km até o trevo da BR-222. Siga para a direita e complete a distância até o município. Piripiri não é uma cidade grande, mas tem algumas opções de hotéis e pousadas, além de alguns restaurantes interessantes. Contudo, existe uma opção mais fácil. Há poucos metros da entrada do Parque, está o Hotel Fazenda de Sete Cidades. Foi lá que fiquei hospedado. A estrutura do Hotel é muito legal. São vários chalés e uma grande área bem arborizada com uma fauna incrível de pássaros. Se tiver interesse e quiser ver algumas fotos, como um pica-pau, João de Barro, Sabiás, basta clicar aqui, pois consegui alguns registros bem bacana. No centro do Hotel tem uma piscina, restaurante e alguns quartos de forma concêntrica a piscina. Preciso apenas ressaltar que trata-se de um hotel fazenda. Então também tem formigas, lagartixas ou sapos pelas imediações das acomodações e pode até aparecer dentro do seu quarto. Então para quem tem aversão, não opte por uma estadia num hotel fazenda. Outra informação importante é que a baixa demanda de público em algumas épocas do ano fizeram a administração do hotel diminuir funcionários. Praticamente o recepcionista também é o garçom, etc. Assim, a qualidade de atendimento fica bem prejudicada. Mas, imagine que você vai chegar no parque e passar 2-3 horas conhecendo sete cidades. Você pode almoçar no hotel, curtir uma piscina a tarde e dormir. No dia seguinte já pode partir para outra cidade, no nosso caso Parnaíba. Então o hotel não importa muito para uma estadia tão breve. Devo lembrar também que telefone e internet não pegam bem nesta área do hotel e parque nacional. Tem até um Wi-Fi no restaurante do hotel, mas qualidade bem questionável. |
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