VISITANDO O CAMBODJA
Post publicado em Dezembro de 2015 1) Documentação: Basicamente você precisa de dois documentos para entrar e ficar no país por até três meses. - Passaporte válido (até 6 meses para vencer, regra adotada por praticamente todos os países do mundo). - Visto de turismo. Como não existe embaixada do Cambodja no Brasil, este visto é adquirido no aeroporto de entrada no país. A empresa aérea te entrega dois papéis dentro do avião para preenchimento. Aquele básico para entrar em todos os países com dados da sua estadia (endereço do hotel, quantidade de dinheiro que está levando, etc). O segundo papel deve ser preenchido para solicitação do visto e você precisa de duas fotos 7 x 5. Você teoricamente pode tirar essas fotos no desembarque (pelo menos foi a informação que levei dos sites pesquisados). Contudo não achei facilmente um local para isso, então não sei se é tão simples assim. Sugiro realmente levar as fotos. No meu caso, só tinha uma deste tamanho e queria deixar para o Vietnã, então entreguei um 3 x 4 mesmo e foi aceito. Na verdade, só precisei entregar uma foto, a segunda não foi solicitado. Mas não custa levar né. Seu passaporte será recolhido juntamente com o papel e a foto e vai passar na mão de uns dez funcionários até ser devolvido com o visto já liberado. O visto é todo manual por isso em mais ou menos 30 minutos você já está com ele em mãos. Claro que esse tempo é totalmente variável pela quantidade de pessoas que estão chegando no país naquele momento. Vi relatos na internet de espera maior que 2 horas. Com o passaporte nas mãos é só ir para a área de checagem e entrar no saguão do aeroporto. 2) Moeda: O Cambodja tem uma moeda própria chamada Riel Cambodjano, mas na prática o Dólar americano é utilizado e aceito em todos os lugares do país. Contudo eles não aceitam as moedas, quando são valores menores que U$ 1, eles utilizam o Riel Cambodjano. De uma maneira grosseira 4000 Riéis = U$ 1 Dólar. Assim se for comprar algo que custo U$ 1,5 e você entregar duas notas de 1 Dólar, ele vai te devolver 2000 Riéis Cambodjanos. 3) Religião: A) Trindade de Deuses Hinduístas A religião do Cambodja é Budista mas tem muita influência do Hinduísmo que era cultivado na região anteriormente. Tailândia também sofreu essa mesma influência e você vai achar os mesmos sinais da religião anterior intrínseca nos templos. Não sou expert no assunto, mas vou tentar transmitir algumas informações relevantes dos símbolos religiosos mais repetitivos e importantes dessa viagem. O Hinduísmo baseia-se em uma “TRIMURTI”, isto é, uma Trindade de Deuses supremos, cada um com suas peculiaridades. Brahma é o Deus da Criação, Vishnu da Conservação e Shiva da Destruição, assim representam as três forças essenciais do Universo. A idéia básica de que tudo na vida (animais, pessoas, objetos, etc) deve nascer, evoluir (ou manter) e ser destruído. O Deus da criação não tem tantos seguidores pois para a maioria o papel dele já foi estabelecido com a criação do universo, assim não precisaria de tantas prezes para um futuro próximo. A sua representação, geralmente, é feita com quatro cabeças (uma face para cada direção) e quatro braços. Em uma das mãos estaria a FLOR DE LOTUS e nas demais: as escrituras, um vidro de Amrita (líquido poderoso que simboliza a criação da vida) e, a última mão faz o símbolo de Mudra (meditação). A flor de Lótus é importantíssima para essa viagem, pois você vai encontrá-la em praticamente todos os templos. Muitas vezes o formato das torres dos templos simboliza a Flor. Existem também referências nas paredes, murais ou topo das portas. O segundo Deus é Vishnu, a “manutenção” do universo. Ele é bem mais venerado que Brahma, com vários templos em sua homenagem. Já veio a terra diversas vezes como “avatares”, são conhecidos pelos menos 10. Discurso um pouco sobre eles no final deste texto. Ele tem 4 braços que representam as direções e em cada mão um objeto. A concha (união dos cinco elementos da criação) quando soprada escuta-se o som que deu origem ao universo. O segundo, disco de energia, simboliza os seis sentimentos e serve de arma para decaptar demônios. Uma flor de lótus é o terceiro instrumento, simbolizando a pureza. Na última mão, observa-se um cajado representando a força original de toda força física e mental do universo. O veículo de Vishnu é o “Garuda”, também chamado homem-águia. É possível ver a representação do Deus sobre este animal em vários templos no Cambodja e Tailândia. Shiva é o destruidor, porque no Hinduísmo a destruição também é símbolo de renovação e transformação. Este Deus mostra que nada é permanente, pois somente aquilo que é destruído pode ser renascido. Em suas representações, ele tem o terceiro olho na testa (ajnã chacra). Geralmente carrega o tridente, chamado "trishula" representa a inércia, o movimento e o equilíbrio. A serpente em volta do pescoço representa o domínio sobre a Morte e o jorro d'água, é a nascente do Ganges, rio sagrado na Índia. Durga, sua mulher, é uma guerreira implacável, capaz de eliminar os demônios que prejudicam os homens e os deuses.O veículo de Shiva é o Touro e também é possível ver a representação do Deus sobre este animal em vários templos, sempre acompanhado de sua esposa. Lingan são símbolos de rituais Shivanistas e são estruturas de pedras com base quadrada simbolizando a criação (Brahma), em cima um receptáculo octagonal simbolizando a Deusa feminina Shakti e uma estrutura pontiaguda saindo apenas em uma direção que representa um "phalo" que é o Lingan propriamente dito, que simboliza Shiva. Geralmente a água escorria pelo phalo. B) Avatares de Vishnu Agora voltando um pouco a falar dos avatares de Vishnu. São conhecidos 10, contudo o último ainda não veio a terra. A lenda é que ele retornará em um cavalo branco para restaurar a Harmonia e a Paz. Buda e Krishna também seriam o próprio Vishnu derrotando as forças do mal. E através de Buda surgiu toda a fé que o envolve e tem bilhões de seguidores. Os avatares mais surpreendentes e que as histórias são divulgadas por todo o sudeste asiático são: Kurma (tartaruga) e Rama (Arqueiro). A batalha descrita na Epopéia Ramayama, Rama é um guerreiro que sai em resgate de sua esposa Sita, capturada pelo demônio Râvana. É possível ver referências a esta história em vários templos do sudeste asiático. Também observa-se o macaco Hanumam, deus da devoção sempre ao lado de Rama, ajudando-o nesta terrível batalha. O outro, a tartaruga Kurma, salva o Monte Mandara e vou relatar no épico relato abaixo. C) A história do "Batimento" do Oceano de leite Após uma maldição de um sábio para o Deus Indra (equivalente a Zeus na religião Hindu), os Deuses (Devas) perderam a imortalidade. Assim os domônios (Assuras) invadiram o paraíso e destronaram Indra. Após vários anos, Vishnu mostrou que a única maneira de Indra voltar a ser o Supremo seria após a "agitação do mar de leite". Não era uma tarefa fácil, precisaram convencer os Assuras para ajudar na tarefa e usaram a Montanha Mandara como poste, e Vasuki, o rei das serpentes como corda. Esta tarefa tinha como finalidade adquirir o AMRITA que é o nectar da imortalidade. Na verdade, os Assuras não foram enganados, aceitaram ajudar pois secretamente queriam o elixir também. A primeira parte da missão era conseguir levar o Monte Mandara para o oceano. Os Devas e Assuras cavaram tanto que conseguiram desarraigar o monte da terra. Mas era muito pesado para ser carregado. Nesse momento, Vishnu ajudou pela primeira vez. Ordenou que o "Garuda" carregasse o monte mandara em suas costas até o oceano. Assim amarrou o Vasuri como corda ao monte. Os Devas e Assuras ficaram cada um com uma ponta da serpente, então começaram a bater no oceano. O batimento foi realizado por um longo período e o Mandara começou a deslizar para o fundo do oceano. Vishnu teve que intervir pela segunda vez. Transformou-se no avatar em forma de tartaruga (KURMA) e colocou-se embaixo do monte levando-o para a superfície. Assim ele firmou-se como plataforma dando estabilidade e foi possível continuar o "batimento do oceano" de forma mais eficaz. Assim surge Lakshimi, sentada em uma flor de lotus, uma deusa que devolve a realeza à Indra. Após alguns minutos, surge Dhanvanti, o médico dos Devas com um pote em suas mãos que era o Amrita que garantia imortalidade a quem bebesse. Começa a briga entre os Devas e Assuras pelo néctar. Vishnu teve que intervir pela última vez, se disfarçou de um ser de beleza estonteante e enganou à todos. Relatando que não precisaria de briga pois teria para todos pediu permissão para servir a cada um deles. Todos concordaram, mas ele serviu o elixir aos Devas e Veneno aos Assuras. A imortalidade dos deuses retornou e os demônios ficaram fracos. Finalmente, a vitória dos Devas foi adquirida facilmente e tudo voltou ao normal no paraíso. OBS: Esta história vai estar nas paredes de Angkor Wat e vários outros templos. Até no saguão do aeroporto internacional de Bangkok existe uma maquete de tamanho real simbolizando-a. Nosso Blog não tem patrocínios, se gostou do nosso trabalho e roteiros, contribua para que possamos continuar:
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