Sítio Arqueológico de COBÁ no México:
Viagem em Abril e Post publicado em Julho de 2016. Agora chegou a hora da equipe MILA PELO MUNDO te convencer a conhecer COBÁ. Falar de Chichen Itzá e Tulum foi fácil, já são sítios famosos turisticamente. Cobá infelizmente ainda é bem desconhecido, mas foi tão importante quanto as outras cidades maias citadas. Enquanto Chichen Itzá foi o pólo religioso para aquela região, Cobá cresceu como pólo econômico! Acredita-se que mais de 50.000 pessoas moravam na cidade ocupando uma área de aproximadamente 70 km². A título de curiosidade, Chichen Itzá tinha aproximadamente o mesmo número de moradores, mas ocupando 24 km². Então, aqui as pessoas viviam com muito mais espaço. Algumas dessas famílias, poderosas economicamente, ocupavam grandes casas e palácios em Cobá e você vai poder ainda ver muitas dessas estruturas. Hoje em dia, a parte visitável da cidade, ocupa uns 6 km². Mesmo assim ainda é muito chão para caminhar. Praticamente ainda coberto por florestas, são poucas os edifícios visitáveis, então não recomenda-se fazer essa visita a pé. Dentro das ruínas é possível alugar uma bicicleta ou um triciclo. Na verdade seria um táxi-bicicleta, trata-se de uma bicicleta pilotada por um rapaz da região descendente dos maias e duas cadeiras na região anterior do veículo. Resumindo, você não vai fazer nenhum esforço e só vai curtir o visual e as ruínas. Então vamos deixar os preços para tudo isso: Entrada Ruínas de Coba: $ 65 pesos mexicanos (Mas se você pegou um TOUR para fazer esse passeio, esse valor já esta incluso). Bicicletas: $ 50 pesos mexicanos Triciclos: $ 125 pesos mexicanos - Até Mohoch Mul $ 200 pesos mexicanos - Mohoch Mul + Macan Xoc. Mapa da Área: O sítio é bem extenso. Praticamente dividido em duas estradas de terra batida. As duas começam no mesmo caminho e bifurca-se após alguns metros. A estradinha esquerda vai até a maior estrutura de COBÁ, chamada "Mohoch Mul". Ainda é possível ver nesse caminho: dois jogos de pelotas, uma das "Estelas" mais importantes da cidade, um caminho maia chamado "Sacbé", alguns palácios e uma pirâmide maia. O segundo caminho, vai para a direita do sítio arqueológico. Você vai conhecer o lago "Macan Xoc" e o complexo de estruturas que leva o mesmo nome. Tempo necessário: Ficamos 2 horas nas ruínas e só foi possível fazer o primeiro percurso. Então se você for de excursão privada não vai conseguir ver tudo, pois esse é o tempo que eles disponibilizam no sítio arqueológico. O Guia vai com você até o Mohoch Mul explicando todas as estruturas. Quando chega no local ele disponibiliza uns 40 minutos de tempo livre. A maioria das pessoas vai subir na estrutura e retornar até a entrada da cidade neste tempo. Para conhecer o caminho direito, acredito que você vai precisar de umas 3 horas e meia dentro de COBÁ. Imaginando fazer tudo de triciclos. Se for fazer caminhando, reserve pelo menos meio dia. Se somar o que você vai andar dentro do sítio e o tempo de deslocamento para chegar até lá caso você esteja hospedado em Cancún ou Playa Del Carmen devem ser necessário umas 6 horas. Calendário Maia: Antes de começar a descrever cada estrutura de COBÁ vou dar essa dica. Claro, foi orientação do guia que nos acompanhou. Ao lado da bilheteria existe uma loja de souvenirs. Coladinho a loja, tem uma recepção com um banner: calendário maia. Neste local, você pode mandar fazer uma representação de qualquer data importante da sua vida; como nascimento, data de casamento, noivado, etc. Para os maias, as datas não se repetem e cada uma é única desde o início do calendário que começou a mais de 3000 anos antes de Cristo. Lembra do final do ano de 2012 quando todo mundo achou que o mundo ia acabar? Pois é, na verdade, acabou só um ciclo do calendário e começou outro. Mas voltando ao nosso "souvenir". Nesse local é possível imprimir numa folha, uma data qualquer, em hieroglifos maias. Fica bem legal e interessante. Mandei fazer nossa data de casamento e enquadrei quando voltei ao Brasil. Eles imprimem numa folha de papel específica que era fabricada e utilizada pelo povo maia. Em poucos minutos fica pronto e custava R$ 69 reais (+/- 380 pesos mexicanos, não lembro exatamente o valor, paguei no cartão de crédito). Vamos rodar pelas ruínas de COBA: 1) A Estrada A trilha de terra batida é bem longa e cheia de árvores de muitas espécies. Só foi cortada mesmo a vegetação da trilha, então praticamente você entra dentro da floresta. É impossível se perder, basta ficar sempre nas trilhas grandes, é uma reta literalmente. Um conselho pertinente é não tocar na vegetação, acredite existem folhas venenosas e altamente alérgicas. Curtir o visual é bem bacana: muitos pássaros exóticos e os edifícios ainda perdidos dentro da vegetação. 2) Jogo de Pelotas I Antes de pegar o triciclo, você já passa pelo primeiro jogo de pelotas. Já expliquei por diversas vezes a função dessa cerimonia para os Maias e não vou ser repetitivo aqui. Quem quiser maiores informações, basta ler o post de Chichen itzá. 3) Estruturas e palácios Percorrendo a trilha, agora de bicicleta ou triciclo você vai observando a inúmera quantidade de prédios que abrigavam a população. Várias estruturas e palácios estão logo as margens da estradinha de terra batida. 4) Jogo de Pelotas II O segundo jogo de pelotas tem alguns detalhes bem interessantes. O campo é semelhante ao anterior. Mas existia algumas referências bem diferentes. No meio do campo, existia uma pedra onde estava uma gravura entalhada de um animal decapitado (um gato ou um cachorro). Alusão a estes sacrifícios não era muito comum em outras cidades maias. Num dos lados do campo também era possível ver hieroglifos formando um retângulo. No local foi colocado uma réplica e a original está numa cabana a poucos metros do jogo de pelotas, protegida da ação natural do tempo. 5) Sacbé Os maias não formaram um império como a civilização Inca que agregava as novas tribos derrotadas e as obrigava a pagar tributos. Os maias formavam uma comunidade gigantesca que faziam trocas entre si, por isso eram muito bons comerciantes e a população era feliz. Eles criaram caminhos entre as cidades que são conhecidos como "Sacbé". Em Cobá é possível ver alguns deles e o impressionante é que eles chegavam até outras cidades como Chichen Itzá ou Yaxcuná. Alguns desses trajetos tinham até 96 km de comprimento. 6) Xaibe Um pouco mais a frente, do lado direito, fica uma piramide maia bem legal chamada "Xaibe". Para os historiadores funcionaria como uma torre de vigilância. 7) Nohoch Mul No final da estrada, chega-se ao maior templo maia da península de Yucatán: Nohoch Mul. São 42 metros de altura de uma pirâmide que sai de dentro da floresta. O turista pode subir, mas já aviso que não é tão fácil. A pirâmide tem uma grande escadaria central. Mas os degraus não estão tão conservados. Assim, tem uma grossa corda para servir de corrimão na parte mediana da escadaria. Sugiro não levar nada nas mãos para não perder o equilíbrio e conseguir se apoiar. Na maior parte da subida praticamente você vai ter que usar os pés e as mãos para conseguir um apoio necessário e atingir degraus superiores. Para subir e descer você vai precisar de uns 20 minutos. No topo, tem uma porta que daria acesso ao templo mas está fechada para visitação. Você vai ganhar de brinde a vista de todo o complexo. Neste momento vai ter noção do tamanho daquele lugar onde hoje predomina uma gigantesca floresta. 8) Estela 20 Bem ao lado do grande templo está a "estrutura 10". Neste pequeno edifício é possível ver uma pequena área coberta de palha onde está a "Estela 20". A mais conservada Estela de Cobá tem a datação mais precoce comparativamente aos dias atuais (30 de novembro de 780 D.C.). Então foi importantíssima para entender um pouco sobre o fim daquela civilização. Para quem não sabe, ESTELAS são monolitos maias que poderiam ser usados para várias funções como funerária, comemorativa, propaganda, religiosa ou informativa. Variavam de 1 a 3 metros de altura e foram importantíssimo para entender a cultura, escrita e hábitos do povo maia. Na estela 20 era possível ver um sacerdote com um cetro e seu grande Cocar de penas longas provavelmente da Ave Quetzal. Ao seus pés estavão prisioneiros de joelhos com as mãos e pés atados com cordas. Já na época pós-clássica tárdia, os suprimentos não estavam mais tão fáceis. A população não estava mais feliz e começaram brigas entre tribos. Os prisioneiros eram sacrificados em homenagem aos deuses para tentar manter a paz nas cidades. O coração das vítimas era arrancado com um punhal de pedra e a cabeça arrancada e jogada do alto da pirâmide. Os sacerdotes tentavam através da fé, manter a harmonia da cidade. Para os interessados, o ator e diretor Mel Gibson fez um filme que foi lançado em 2006 chamado "Apocalypto". Tentou-se transmitir exatamente os últimos anos da sociedade maia. O ápice do filme é justamente os sacrifícios das tribos derrotadas. Fica a #dicaMila! |
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