Johannesburgo (África do Sul)
Viagem em Fevereiro & Post de Março de 2017
Viagem em Fevereiro & Post de Março de 2017
Revisando o último post, Vale a pena visitar Johannesburgo?, utilizamos o ônibus sightseeing para chegar de maneira fácil e segura as pontos de nosso interesse.
Site oficial: www.citysightseeing.co.za/johannesburg Custo (2017): Diariamente, 9 às 18 horas Ticket do ônibus (1 dia) - 190 RANDS (bilheteria) - 170 RANDS (no site acima) Combo ônibus + Soweto - 470 RANDS (bilheteria) - 420 RANDS (no site acima) OBS: Crianças menores de 5 anos não pagam. Com idade de 5 a 17 anos pagam 90 RANDS (Ticket único) e 220 RANDS (Combo). Entre no site oficial do ônibus e analise todas as paradas e roteiros. Tem duas linhas: a verde e a vermelha. Você consegue fazer em um dia: Soweto, Carlton center, Museu do Apartheid e Sandton (onde está a Mandela Square). Para dar certo, você precisa começar este dia muito cedo. Nosso ponto de partida foi SANDTON, onde ficamos hospedados. Se analisarem o roteiro do Ônibus, vão descobrir que não chega até esta região. Então se optou por pernoitar em algum hotel desta região, a #dicaMila é acordar cedo e caminhar até a estação do Gautrain, metrô da cidade (maiores informações aqui). Pegue a linha VERMELHA em direção a estação PARK e desça na primeira parada que é ROSEBANK. O custo deste trajeto varia de acordo com a hora do dia (horário de pico ou não), mas está entre 19 RANDS a 27 RANDS. Se é a primeira viagem neste metrô você tem que comprar o cartão onde é possível colocar o valor das passagens (o custo do cartão é 15 RANDS e o mínimo valor que consegue colocar no cartão é de 20 RANDS). Tudo isso é facilmente comprado nas máquinas dentro das estações, algumas delas aceitam cartão de crédito. Chegamos em ROSEBANK! Uma área de shoppings, restaurantes e hotéis. Muito segura, com policiamento e guardas privativos dos shoppings. Inclusive levei até uma bronca pois estava fotografando dentro do shopping, vai entender. A loja do Ônibus Sightseeing encontra-se bem no meio do shopping principal. Saindo da estação do Gautrain, vire a direita e na primeira oportunidade a esquerda. Você pode adquirir o ticket (serve para o dia inteiro) na loja ou on-line no site que deixei acima. A recepcionista vai trocar o seu voucher por um bilhete se sua compra foi no site. Vai pedir para você aguardar, no momento que o ônibus chegar, ela leva pessoalmente todos ao veículo que fica estacionado a umas duas quadras de distância. LINHA VERDE: Aqui começa a linha verde do ônibus que percorre 5 paradas: Rosebank - Lago do Zoológico - Zoológico - Museu Militar - Constitution Hill. Após a última parada, ele retorna para o início do percurso. Um dia de roteiro, não é viável conhecer nem o museu militar nem o zoológico. Então você vai sair de Rosebank e descer em Constitution Hill. 1) Constitution Hill A programação era visitar esta atração. A famosa prisão que funcionou por mais de 100 anos abrangendo a época do Apartheid e teve prisioneiros famosos como Mandela e Desmond Tutu. Site oficial: www.constitutionhill.org.za Horário: 9 às 17 horas (última admissão 16 hs), diariamente. Custo: 55 RANDS Contudo, nosso fuso horário estava bem desajustado e não conseguimos acordar cedo, perdendo boa parte da manhã e tendo que cortar esse ponto da programação. Mas se pegar o primeiro ônibus às 9 horas é totalmente factível visitar o complexo. No local que você desce do ônibus, já é o mesmo ponto que inicia a LINHA VERMELHA do Sightseeing. Então visite o Constitution Hill e retorne para o ponto onde o ônibus te deixou. Agora você vai pegar a linha vermelha. LINHA VERMELHA: Essa linha tem mais paradas, são 9 ao todo: Constitution Hill - Mining District - Carlton Center - Jammes Hall Transport Museum - Apartheid Museum - SAB - Newtown Juction - Origins Center - Braamfontein. Após a última parada, ele retorna para o início do percurso. O que realmente importa a princípio são duas paradas: Carlton center e Museu do Apartheid. Então fomos direto para o famoso prédio. 2) Carlton Center (Top of Africa) O maior prédio da África com 223 metros começou a ser construído em 1967 e finalizado em 1974. Tem 50 andares e a curiosidade é que não existe o 13o andar, por isso a numeração começa no -1. O último andar tem um mirante panorâmico fechado de 360 graus. Visita imperdível onde é possível ter uma visão muito legal da cidade e de suas redondezas. O mais legal de visitar o local com o serviço do ônibus sightseeing é que nessa atração você ganha um GUIA exclusivo. Ele vai pegar todas as pessoas que descerem do ônibus e conduzí-los até o topo do prédio. Vai rodar 360 graus com o grupo, explicar alguns pontos que podem ser observados, retornar ao elevador e voltar a tempo de pegar o próximo ônibus. O intervalo entre os veículos é de 30 minutos, então esse vai ser o tempo que o guia vai levar para conduzir o grupo e trazê-lo de volta. Acho que um mirante como esse é um dos pontos mais legais de visitar numa cidade. Então optei por ficar mais 30 minutos e pegar o próximo ônibus. Fica a seu critério. Horário: 8 às 19 horas, diariamente. Custo: 15 RANDS (crianças 10 RANDS) OBS: Não achei um site oficial. Em pesquisa no google, achei alguns sites falando do Carlton Center antes de viajar. Mas os horários de funcionamento não batem e são muito divergentes. O horário que deixei aqui disponível era o que estava sendo informado na bilheteria da atração e no site do Ônibus Sightseeing. Minha visita foi feita num domingo e os sites que tinha pesquisado falavam que esta atração fechava as 14 hs neste dia da semana. Esse foi um dos motivos que cortei o "Constitution Hill" e não consegui conhecer muita coisa neste dia. Vacilo total por causa de blogs e até sites oficiais da cidade com informações inadequadas. A MILA PELO MUNDO não deixa você na mão para evitar que isso aconteça na sua viagem. A título de curiosidade, de Rosebank até o Carlton Center o ônibus vai demorar 1h10 minutos. Você vai gastar de 30 min a 1 hora nesta atração e pegar o próximo ônibus até o Museu do Apartheid, são 20 minutos apenas nesse último trajeto. 3) Museu do Apartheid O Museu que conta a famosa história do Apartheid é a PRINCIPAL atração da cidade. Todo mundo já ouviu falar do sistema adotado na África de 1948 a 1994 que segregava brancos e negros. Mas poucos conhecem detalhes desta história. A atração é extremamente rica em detalhes, histórias, documentos e relatos das pessoas que viveram aquela época. Na verdade é feito para chocar você profundamente. Vou detalhar um pouco sobre sua visita. O ônibus vai te deixar na porta da atração. Você compra o ticket e entra... Site oficial: www.apartheidmuseum.org Custo: 80 RANDS Horários: 9 às 17 horas, diariamente Duração da visita: 2 a 4 horas (tempo é bem variável, depende do interesse de cada um). Você vai passar pelos valores defendidos pela constituição de 1996, representados por altos pilares: responsabilidade, igualdade, democracia, reconciliação, diversidade, respeito e liberdade. Chega-se a porta do prédio da "classificação de raça" e você já toma o primeiro "choque". Existem duas portas onde uma está escrito "Brancos" e a outra "Não-brancos". Você não deve decidir que porta quer entrar. Atrás do seu "Bilhete" está escrito a sua definição hipotética de cor. Um calafrio já corre na sua espinha imaginando que esse momento fictício para o turista realmente aconteceu e faz parte da história da África do Sul e das páginas obscuras que o ser humano escreveu. Nossos tickets eram diferentes, Ellen foi para uma porta e seu corredor e eu na outra. Você passa pela catraca e vai seguindo o corredor onde existem várias identidades em tamanho aumentado com foto, nome e cor da pessoa. Acabando essa área, você chega a uma ladeira com fotos de pessoas reais que viveram aquela época até o museu propriamente dito. A partir daqui é proibido filmar e fotografar, por isso não tem como mostrar para vocês um pouco do que visitamos lá dentro. Mas ressalto que a história é bem contada com inúmeras fotos e descrições. Mesmo antes do sistema Apartheid começar com a colonização britânica e a migração "Voortrekkers" (Great Trek), onde os brancos insatisfeitos com as regras inglesas saíram do cabo leste para o interior do país e enfrentaram as tribos zulus e de outras etnias (negros) para adquirirem terras. Algumas pessoas reconhecem este momento da história (1840 a 1850) como o nascimento da idéia segregacional que se implantou no país. O desalojamento dos africanos e ascensão do nacionalismo africaner (brancos) após a dominação racial foi o caminho para o Apartheid. Depois da segunda guerra mundial, houve eleições gerais no país (1948) onde foi implantado o sistema Apartheid. As duas raças (brancos e não-brancos) não poderiam conviver no mesmo ambiente. Nos transporte públicos e banheiros, existia uma entrada para cada raça. Os serviços de educação e saúde foram implementados de forma diferente, onde os negros tinham acesso a serviços de qualidade inferior. Várias leis foram sancionadas durante este período e o museu descreve cada uma delas. Por exemplo o "group areas act" foi o ato que sedimentou o sentimento de segregação racial e proibia que grupos de raças diferentes vivessem na mesma área. Foram definidos três grupos: "brancos", "coloridos" e "nativos" (Bantus). O grupo colorido tinha sete subdivisões (chinês, indiano, malaio, etc). Algum tempo depois foi criado o 4º grupo, "asiáticos". Os nativos também tinham oito subdivisões (Zulu, north-sotho, etc). A regra era tão absurda que por exemplo se você era do grupo colorido não poderia exercer uma profissão que fosse definida só para brancos. Mais leis bizarras foram criadas, como o "ato da imoralidade" que proibia sexo e matrimônio entre classes diferentes, sendo punido pela polícia e gerando até prisões. Assim posso citar várias outras como o "ato da educação bantu" que criava escolas só para nativos e impediam que eles atingissem classe econômica superior aos brancos. Os absurdos do sistema só progrediam, mas consequentemente crescia o idealismo de uma sociedade igualitária pelos negros e alguns brancos. Assim iniciavam o conflito interno e as rebeliões. que são detalhados pelo museu e exacerba detalhes sobre os "cabeças" da revolução como Nelson Mandela, Sisulu e o bispo Desmond Tutu. O museu retrata toda a história com inúmeras fotos, muitas delas extremamente chocantes desde a segregação até o horror dos conflitos e das prisões. Como os relatos de 1952, onde o partido ANC (comandado por Mandela) teve 8000 voluntários quebrando as regras do Apartheid ao mesmo tempo em várias partes do país. No final dos anos 80, o partido ANC e o Partido Nacional (governo) já estavam bem enfraquecidos depois de anos de conflitos e a tendência era iniciar negociação para reduzir a violência. Em maio de 1990 teve fim o Apartheid. Em 1991 todas as forças políticas do país se uniram e assinaram a "Declaration of Intent" com o intuito de unificar o país numa só nação independente de raça, cor, credo ou sexo. Começou uma reforma constitucional e vários anos de debates influenciados por outros países, principalmente os americanos. Em 1994 ocorreu a eleição que foi vencida por Nelson Mandela, o primeiro presidente negro do país. Existe uma ala do museu (temporária) que dedica a contar a vida particular e política do presidente. Vale muito a pena dedicar alguns minutos por lá também. Como deixei claro, o museu não é pequeno e o tempo necessário aqui dentro depende do seu interesse sobre o tema e a riqueza de detalhes que quer conhecer da história. Acredito que menos de 2 horas será uma visita um pouco "vazia" por ter ido até o local e ver tudo correndo. Nós ficamos 3 horas e saímos do local porque fechou (17 horas), senão acredito que seriam umas 4 horas. 4) Soweto A famosa cidade de soweto pode ser acessada pela equipe do City Sightseeing. Basta comprar o ticket COMBO que relatei no início do texto. Do estacionamento do museu, sai uma VAN em horários fixados, com um guia responsável para uma visita de 2 horas à famosa comunidade. Confira os horários no site, mas deixo aqui para a sua programação: 11h15 min / 12h15 min / 13h15 min / 14h15 min / 15h15 min Então, se quiser fazer tudo em um único dia, faça uma boa programação. Lembre-se, se você pegou o primeiro ônibus às 9 horas, conheceu Constitution Hill + Carlton Center, vai chegar aqui umas 12 horas. Considerando mais 2 horas ao Soweto, só resta 3 horas para o Museu. Então reflita detalhadamente o que vai querer ver e conhecer. Como relatei, não comprei o Combo para Soweto com essa equipe, então não tenho mais detalhes sobre esta parte da visita. Nossa visita ao Soweto foi feito pela empresa MOAFRICA. E vou relatar detalhadamente neste post: VISITA AO SOWETO Finalizando nosso dia, retornamos pela linha vermelha até o Constitution Hill e mudamos para o ônibus da linha verde até Rosebank. Pegamos novamente o Gautrain para Sandton e conhecemos o nosso último ponto imperdível da cidade. Sandton é uma área bem segura com vários shoppings e hoteis. Bem no centro está a MANDELA SQUARE (Praça Mandela) onde tem uma enorme estátua do presidente. Parada obrigatória para foto de qualquer turista que vai ao país. Aproveite para compras e jantar nos restaurantes do lugar. Mais vantagens do Ônibus City Sightseeing: Esse tipo de passeio é extremamente cômodo pelo sistema de "Hop on - Hop off". Ou seja você desce numa atração, visita a mesma e pega o próximo ônibus no mesmo ponto. Geralmente não uso o serviço que existe nas maiores cidade do mundo, pois acho caro e o lema da MILA PELO MUNDO é usar mais transporte público e ter a sensação ímpar de como as pessoas vivem e se locomovem em determinado país. Contudo para "Joburg", essa é a melhor opção, vale a pena gastar e ter um serviço de qualidade e com segurança #dicaMila. Outra vantagem do serviço é ser um ônibus de dois andares, onde a parte superior é aberta e você pode ir admirando a cidade e conhecendo mais detalhes mesmo sem descer do veículo. Por exemplo, a região do centro que é repleta de prédios históricos ou a famosa Praça Gandhi. A parte da cidade de classe média alta próxima ao zoológico, com ruas largas bem arborizada e vários casarões; até o belíssimo Colégio São João. No ônibus também está disponível um sistema de audio-guia (já incluso no serviço) que vai explicando detalhadamente todos os locais que você vai percorrendo, inclusive em Joahnnesburgo tem a opção em PORTUGUÊS. + Roteiros da África do Sul |