Tour ao Soweto (Johannesburgo- África do Sul)
Viagem em Fevereiro & Post de Março de 2017 Soweto se tornou cidade em 1983 na região metropolitana de Johannesburgo. Mas sua história vem desde 1963 onde nasceu o local com a fusão de vários bairros destinados aos negros pois no sistema de Apartheid eles não podiam morar junto aos brancos (para maiores informações sobre esta política dá uma olhada no que escrevi sobre o Museu do Apartheid). O Apartheid também foi o motivo deste local ganhar fama mundial. Nelson Mandela nasceu na região e a revolta constante de seus moradores contra o sistema tornaram Soweto o símbolo da luta contra a segregação racial no país. O território ocupa uma área de 200 quilômetros quadrados e abriga mais de 1.200.000 pessoas. Existe uma área mais pobre e outra de classe média. Esta última área é repleta de casas de muros baixos e padrão arquitetural muito bacana. Mas essa é uma pequena área de afortunados. A maior parte da cidade é composta de casas de baixo padrão ou prédios simples de três andares abrigando centenas de famílias. O que mais chama a atenção é a gigantesca favela que se extende por boa parte do território. Inúmeros casebres feitos de "folhas de metal" sem energia elétrica ou água encanada. Centenas de pessoas vivem naquelas condições. A maioria delas teriam inveja de algumas favelas brasileiras. Optei por visitar Soweto com um Tour privado e vou relatar detalhadamente todo o percurso e as vantagens deste tour. Outra opção plausível é fechar o tour do CitySightseeing que relatei neste post. Tour Privado ao Soweto: Empresa utlizada: MOAFRICA Site oficial: www.moafrikatours.com Custo (2017): 700 RANDS Horários: 13:30 às 17:30 horas (4 horas) Vantagens: Van com ar condicionado, guia durante todo o trajeto, pontualidade e comodidade. Muitos devem estar se perguntando: Eu não poderia alugar um carro e conhecer o local por conta própria? A rua que fica a "Casa de Nelson Mandela" é uma região aparentemente segura, com lojas e restaurantes. Mas a área coberta pela favela não tem qualquer sentido você ir por conta própria. São vários casebres de placas de metal enfileirados. Você vai parar o carro e percorrer os becos por conta própria? Até acho difícil você ser assaltado (difícil não é impossível), mas não vejo qualquer sentido andar por lá sem uma pessoa da região para te mostrar o local e até entrar nos casebres. Ir com um guia local só tem vantagens. Primeiro ele vai te dar toda a liberdade para conhecer a área, vai te apresentar pessoas, vai escolher uma moradia para você entrar e ver a situação e como as famílias realmente vivem. Quem tiver interesse pode inclusive fotografar o que quiser. Imagina você entrar lá sozinho e querer fotografar a área? O guia conhece todos os locais e a maioria não vai se importar de ser fotografada e fazer parte do seu álbum e principalmente de suas lembranças. As crianças são um "show" a parte, ficam fazendo poses para os turistas. Ah, acredite, elas não ficam pedindo dinheiro algum. No final do pequeno passeio pela comunidade o guia deixa claro que doação em dinheiro ou roupas é pessoal e você não é obrigado a dar nada. Contudo, a maioria dos turistas doam para ajudar, principalmente para a família escolhida pelo guia que foi visitada. O guia que te leva na Van vai te deixar aos cuidados de um "guia local". Um jovem que nasceu e viveu a vida toda na comunidade vai ser o responsável pelo passeio. Assim, você gera renda para quem poderia ter ido para o crime mas está no local tentando ser um "guia turístico". Achei a iniciativa muito proveitosa. Opnião sobre visitar o Soweto: Ir até a Casa de Mandela é uma parada quase obrigatória de uma visita a Johannesburgo. Quem vai ao Soweto não pode deixar de visitá-la. A maioria das críticas que li foi em relação ao tour que visita a favela de Soweto. Dependendo dos ideais e conceitos de cada pessoa isso pode ser um problema ou uma aceitação. Para alguns, visitar uma comunidade carente como turista, fotografar as casas e pessoas seria uma forma de "agressão" e "desrespeito". Outros acham que Soweto tem uma importância histórica grandiosa e ir até lá seria uma forma de respeito à cultura local. Além de promover uma fonte de renda para guias locais e doações a algumas famílias. Não estamos aqui para julgar o tour, fica a critério de cada um se vale ou não ir até o local. Detalhes do Tour ao Soweto: Existem muitas opções de tour na internet, mas todos basicamente visitam a comunidade mais pobre, a parte reservada as casas de classe média, as "Orlando Towers" e o Estádio Soccer City (FNB). Nosso Tour foi bem pontual no hotel que estávamos hospedados. Pegamos outras pessoas no caminho e nossa primeira parada foi uma curta visita ao Estádio Soccer City. Basicamente uma parada para fotos da parte externa. Aqui também é possível ver a placa que sinaliza a entrada do Soweto e um monumento "as vuvuzelas" (aquela corneta que foi muito usada na Copa do Mundo da Fifa em 2010 que o país sediou). Segunda parada aconteceu nas duas famosas torres de concreto de cem metros de altura. As "Orlando Towers" foram construídas na década de 40 como estação de eletricidade, mas foram fechadas em 1998. Em 2007 foram adquiridas por um empresário amante de esportes radicais e implementado um Bungee Jump. Para quem tiver interesse no salto tem mais detalhes neste site: www.orlandotowers.co.za. Terceira atração do tour foi conhecer a área da classe média de Soweto. Várias casas legais de muros baixos e arquitetura peculiar. A quarta parada foi a mais importante do roteiro. Visitar a comunidade propriamente dita com seus casebres rústicos, sem água encanada ou luz elétrica. Já dei vários detalhes desta parte do roteiro. Entramos agora numa área mais turística de Soweto. A rua onde está a CASA DE NELSON MANDELA e repleta de lojas e restaurantes. Poucos metros de distância, na mesma rua, está a casa do DESMOND TUTU, identificada apenas com uma placa no seu portão. O Guia estaciona a VAN e estipula um tempo neste local (40 minutos no nosso caso). Fica a critério dos turistas o que percorrer e visitar. Nós entramos na MANDELA´S HOUSE e acho que valeu muito a pena a visita. Site oficial: www.mandelahouse.com Custo: 60 RANDS Horários: 9 às 17 horas, diariamente A última atração a ser visitada é o memorial do MUSEU HECTOR PIETERSON. O Museu ganhou o nome de um jovem de 13 anos, assassinado em um dos conflitos dos estudantes negros contra o regime do Apartheid. O Museu já estava fechado e o guia nos mostrou apenas o memorial que fica na área externa. Uma bela fonte e algumas referências a história do jovem, inclusive com relatos da mãe e do pai de Hector. Horários do Museu: 10 às 17 horas, diariamente. Após todas essas atrações, a VAN retorna para o seu hotel de origem. Existem tours que incluem a visita ao MUSEU DO APARTHEID, procure e analise todas as opções. |