ROTEIRO PARQUE ARQUEOLÓGICO TIKAL (GUATEMALA)
Viagem em Abril e Post publicado em Maio de 2016. Tikal foi considerada a maior cidade maia. Começou a ser construída no século IV (a.c.) tendo seu declínio por volta do século X (d.c.). Como a maioria das civilizações indígenas da América a principal hipótese da queda das grandes cidades foram conflitos internos pelo poder ou guerra entre tribos. Os Maias não formaram um império como os Incas e Astecas. Eles formavam uma grande civilização com várias povoados e viviam de comércio entre eles. As principais moedas de troca eram pele de jaguar, pedras preciosas como o Jade, sementes de Cacau ou um tipo de pedra usada para fabricar ferramentas. Estima-se que a área residencial de Tikal abrangia 120 quilômetros quadrados com aproximadamente 100.000 habitantes. Após o seu declínio e abandono, a vasta vegetação tomou conta do lugar e só foi redescoberta em 1848. A maior parte dos edifícios que estão no parque arqueológico ainda não foram escavados. Falta ajuda financeira para este empreendimento. Seis pirâmides de destacam no complexo e foram numeradas pelos arqueólogos. Como chegar a Tikal: A melhor maneira de visitar o parque arqueológico é ficar hospedado na ilha de Flores que fica à 65 km. Existe um hotel adjacente ao parque, chamado "Hotel Jaguar Inn Tikal", mas além de ter um preço nada acessível para a maioria dos visitantes ainda vai te privar de passar um tempo na ilha de Flores, que na minha opinião é imperdível. Então ficar hospedado dois dias na região é essencial, um dia para Tikal e outro para curtir a Ilha de Flores e seus arredores. Praticamente todos os hotéis de Flores vendem TOURs para Tikal. Você pode adquirir com guia ou sem guia (apenas o transporte) e existem alguns horários pré-determinados para ir até a cidade maia: Tour 1: Somente o transporte de ida e volta, SEM guia. Custo: Q$ 60 Quetzal Horários: Ida volta 4:30 hs (assistir o nascer do sol) 11 hs 6 hs 12:30 hs 8 hs 15:30 hs 12 hs (assistir pôr-do-sol) 19 hs 13 hs 17 hs Tour 2: Transporte de ida e volta, COM guia. Custo: Q$ 150 Quetzal (U$ 20 dólares) Horários: ida volta 3:00 hs (assistir o nascer do sol) 12:30 hs 4:30 hs 15 hs 8 hs 17 hs Difícil afirmar se na cidade tem outra empresa com horários diferentes. Acredito que é uma ilha muito pequena e não devem ter outras opções, pois como descrevi já temos várias oportunidades de horários nesses "tours" citados. Vale ressaltar que se você for nos horários determinados pelo parque para que o público possa assistir o nascer ou pôr-do-sol (horários especiais), existe um acréscimo de valor na entrada de Tikal. Site: www.tikalpark.com Custo: Q$ 150 Quetzal Custo para horários especiais: Q$ 250 Quetzal. (Ticket de Tikal só pode ser comprado com moeda local) Optamos por ir às 8 hs e retornar às 15:30 hs. Deu para entender que são pacotes fechados. Não adianta ir às 8 hs e querer ver o pôr-do-sol, eles não vão deixar. Quando você entrar na VAN, vai receber um papel com horário de retorno, o qual vai entregar para o motorista que retorna para Flores. O trajeto de VAN dura 1 h 30 minutos até a primeira recepção do parque. Todo mundo desce da VAN, vai na bilheteria comprar o ticket e retorna para o veículo. Após esse procedimento, a VAN continua até o ponto que realmente inicia a trilha do parque (uma distância considerável para ir caminhando). Ficamos 6 hs dentro do parque. Deve ter vindo uma dúvida na sua cabeça, este tempo é necessário para ver o complexo inteiro? Te garanto que não, pois é muito grande, mas sinceramente não acho necessário mais tempo. A maior parte das ruínas ainda não foram escavadas. Basta escolher as atrações principais que te garanto que você terá uma boa noção de como era essa cidade, considerada uma das maiores da civilização maia. Desbravando Tikal sem guia: Optei por não contratar serviço de guia. Comprei um pequeno livro de Tikal no museu Popol Vuh na Cidade da Guatemala. Assim já sabia o que era mais importante. Além disso levei o livro no dia para qualquer dúvida. Meu roteiro vai basicamente ter o que aprendi nesse livro mas os conhecimentos que adquiri em campo, no dia da visita. Vou relatar passo-a-passo o que é mais importante e um pequeno relato do que é cada estrutura. Após a VAN deixar os turistas, você vai caminhar uns 10 minutos, vai passar por uma cancela e chegar numa grande árvore sagrada para os maias chamada CEIBA. Para aquela civilização, esta seria a árvore da vida e ligaria o céu (folhas) ao submundo (raizes). É considerada também a árvore símbolo da Guatemala. Mais alguns passos você chegará a uma trifurcação e pegará o primeira saída à direita. São alguns metros de caminhada até a primeira área de estruturas. 1) COMPLEXO DE PIRÂMIDES Q Existem vários "complexos" como este em Tikal. Existem duas pirâmides idênticas e uma praça central entre elas. As estruturas piramidais tinham uma base quadrada, uma escada em cada lado e nenhuma estrutura em sua parte superior. Na praça, encontram-se várias "estelas" e altares. Com um formato peculiar são rochas de aproximadamente 1 metro com topo arredondado semelhante uma lápide. Estes monolitos poderiam ser usados para várias funções como funerária, comemorativa, propaganda, religiosa ou informativa. Em Tikal foram achadas quase 90 tipos diferentes variando de 1 a 3 metros de altura e foram importantíssimo para entender a cultura, escrita e hábitos daquele povo. Sabe-se que a cada "Katum" que seria um período de 20 anos era erguida uma estela em comemoração. No outro vértice da praça, existe as ruínas de um pequeno palácio. Chama atenção o formato da abertura da porta: típico ARCO MAIA. Em seu interior encontra-se a "estela 22". 2) COMPLEXO DE PIRÂMIDES R Poucos passos na trilha você chegará num complexo exatamente igual ao descrito. Mas agora não vai conseguir ver as pirâmides, elas estão ainda cobertas pela vegetação (deixei uma foto em anexo). Assim a comparação é inevitável entre os dois complexos e você tem ideia de como foi o trabalho dos arqueológicos, pois eles encontraram o primeiro complexo da mesma forma deste. Após essa área, você chegará a uma bifurcação. No mapa verá que para a sua direita existe uma trilha íngreme até "Complexo O". Sinceramente não aconselho este caminho, vai ser cansativo e não complementa nada, outra área ainda não escavada. Então na bifurcação, continue na trilha que você está. Uma caminhada de mais uns 15 minutos até a Praça Leste. Aqui existe um local para descansar e banheiros. Você está literalmente ao lado da Praça Principal do complexo, já sendo possível ver as costas do TEMPLO I. 3) Praça principal, Templo I e Templo II Basta contornar pela lateral esquerda do templo I e chega-se a "Plaza Major" (praça principal). Primeiramente vamos descrever este espaço retangular. Nos vértices, estão dois daqueles considerados os principais templos de Tikal (I e II). Do lado direito, está uma estrutura escalonada chamada "Acrópolis Norte" e do lado esquerdo a "Acrópolis central". O Templo I é o cartão postal de Tikal. Então gaste alguns minutos com fotos. Também chamado "Templo do Grande Jaguar" tem 45 metros de altura e não tem acesso liberado para que os turistas possam subir. São nove andares escalonados e uma grande escadaria na sua porção central. No topo, existe uma câmara acessível por uma porta. O Templo II fica exatamente oposto ao primeiro na arquitetura da praça. É conhecido como "Templo das Máscaras" pois tem duas máscaras desgastadas pelo tempo na sua escadaria superior e uma no seu topo. A estrutura escalonada é bem menor, tem três níveis, uma escada central e atinge 38 metros de altura. Seu acesso é permitido, mas o turista tem que usar uma escada de madeira feita nas costas do templo. A subida vale a pena para conseguir belas fotos da praça e do Templo I. A Acrópolis Norte é um conjunto de diversos pequenos edifícios construídos escalonadamente no terreno atingindo 12 metros de altura na parte mais alta. Vale a pena rodar um pouco pelas construções. Dentro de um deles é possível ver uma máscara de 3 metros de altura bem interessante. Várias "estelas" estão na frente e no interior dos edifícios. Por último, não menos interessante, está a Acrópolis Central. Fica oposta a outra Acrópolis mas não é voltada para a praça. Existe um pequeno acesso para que o turista alcance esta área que fica num nível alto comparativamente ao terreno da praça. Somente um edifício tem visão privilegiada para a Grande Praça e é o mais famoso: Palácio Maler. Serviu de moradia a um explorador de mesmo nome. Voltando-se para a acrópolis, observa-se vários outros palácios ainda preservados. Nota-se que somente na Praça principal você vai precisar de um bom tempo pois são muitas estruturas e cada uma mais interessante que a anterior. Assim controle seu tempo, das 6 horas dentro de Tikal, reserve pelo menos 1 hora e meia aqui. 4) Templo III Seguindo o caminho, afastando-se do templo II, em poucos metros, chega-se ao Templo III ou "Templo do Sacerdote Jaguar". Mas vai ser sua visita mais rápida, pois a parte inferior ainda não foi totalmente escavada não dá para ver detalhes. A parte superior é a mais bonita, atingindo 55 metros de altura. Então sua melhor visão deste ponto turístico será do topo do templo IV. 5) Templo IV Continuando a trilha, nossa próxima parada é o "Palácio de Las ventanas", também chamado de "Palácio de Los Murciélagos". Uma estrutura que foi usada como residencia e também não pode ser acessada pelo turista. Mais uns 15 minutos de caminhada chega-se ao Templo IV. Chegando no local você encontrará outra área de descanso e venda de bebidas, além de banheiros. O Templo fica em cima de uma grande plataforma atingindo 70 metros de altura. Um dos maiores templos maias já construídos, também chamado "Templo da Serpente Bicéfala". Sua subida também é realizada por uma grande escada de madeira na porção lateral. No Topo encontra-se uma pequena escadaria de pedras e as entradas do templo, mas ficam fechadas. O legal é a vista de todo o parque arqueológico, pois o templo fica acima da copa das árvores. Claro, na verdade, a vista resume-se a uma grande área verde pois a maior parte de Tikal ainda está coberta de vegetação. Mas é legal ver o topo dos outros templos, principalmente o Templo III. Hora descer toda a escadaria e continuar nossa trilha até o próximo ponto. 6) Praça Mundo Perdido Aqui encontramos duas estruturas. O Templo 5C-49 (Templo Talud-Tablero) sem maior expressão. A outra, é a Grande Pirâmide do Mundo perdido. Está parcialmente não escavada, mas a sua porção visível, tem uma arquitetura muito legal. Lembra as pirâmides mexicanas de Teotihuacan, mas de proporções menores. 7) Praça dos sete templos Logo depois do Mundo Perdido, você já chega na Praça dos sete templos. Tem três palácios ainda não escavadas e uma construção comprida com sete edifícios alinhados que dão o nome da praça. Entre os palácios é possível ver também três áreas que eram utilizadas para o "jogo de pelotas" muito utilizado como ritual maia. Gostei muito deste lugar, muitas árvores embelezam a praça e uma mistura de bichos estavam por lá. Vários macacos roncadores pulando nas copas da árvores. Alguns até bem malcriados, jogavam frutos nas pessoas ou urinavam para marcar território. Pássaros é o que não falta em Tikal, em poucos minutos vimos um tucano e um pica-pau. Consequentemente, o sitio é destino famoso de praticantes de "birdwatching". Aproveitamos para sentar um pouco, comer um lanche que levamos (não vende comida dentro do sítio arqueológico, então leve um lanche na mochila) e descansar alguns minutos. 8) Templo V Último templo que vamos visitar. Mais uma pequena caminhada pela trilha e, sem nenhum erro, você chegará ao Templo V. O segundo mais alto do complexo, tem 57 metros de altura e, também, só pode ser admirado pelo turista, acesso ao topo não é permitido. Gostei muito deste ponto. Apesar do cartão postal de Tikal ser o Templo I; na minha opinião o V é mais bonito. São mais uns 20 minutos de caminhada até retornamos aquela praça que ficava atrás do templo I (Praça leste). 9) Decisão final do seu percurso em Tikal Aqui você têm três opções e vai depender do seu tempo disponível ainda em Tikal. A opção "A": Pegar aquela mesma trilha que chegamos no início do dia nesta praça. Agora, em sentido contrário, e retornar até o final onde a VAN nos deixou. Mais ou menos 30 minutos de caminhada. Se chegar no final e ainda tiver tempo disponível, existe um MUSEU e várias lojinhas de souvenirs. Eu não entrei no museu por falta de tempo. A opção "B": Seguir pela trilha a sua direita por 15 minutos até mais um complexo chamado Grupo G. Algumas estruturas ainda não estão escavadas. Então, não achei que valeu a pena andar até lá. Após este complexo uma trilha chamada "Calzada Mendez" de 1 km vai te levar até o templo VI. Mas não segui nesse sentido, peguei a bifurcação à esquerda em sentido saída do parque, levei uns 25 minutos até o Museu. A opção "C": Seria a mais legal, contudo você precisa de um bom tempo para isso. Você seguirá toda a trilha chamada "Calzada Mendez" até o templo VI. Conhecido como "Templo das Inscrições" devido aos hieroglifos gravados na parte posterior. Não fui até lá por falta de tempo, pois da praça leste até o templo você precisa de uns 40 minutos. Acumula-se mais uns 20 minutos admirando a construção e uma trilha final de 25 minutos até o Museu. Ao todo soma-se 1 hora e meia para fazer toda esta opção. O Museu deve ser bem interessante pois muitas estelas dispostas no parque são réplicas ou já estão bem desgastadas pelo tempo. As mais conservadas estão em exposição dentro do prédio do museu. Nesta área também é possível ver uma grande maquete de toda área visitável do parque, bem legal. Hora de subir na VAN e voltar para Flores, mais 1 hora e 30 minutos de trajeto. + Fotos de Tikal, basta clicar aqui! |