TWYFELFONTEIN (NAMÍBIA)
Viagem em Fevereiro & Post de Maio de 2018 1) Onde fica Twyfelfontein e o que tem nesse lugar?
Twyfelfontein é uma região bem inóspida, situada no meio do deserto semi-árido no noroeste da Namíbia. Existem algumas atrações peculiares desta região como: - Um sítio arqueológico com hieroglifos de 2000 anos. - A floresta petrificada - O conjunto de pedras em formato de um "orgão de canos" - A montanha queimada - Lodges no meio do deserto - Elefantes selvagens do deserto Fica no meio do caminho entre o Etosha e a Costa do Esqueleto. A cidade mais próxima chama-se Khorixás. Essa cidade pode ser um ponto de parada, pois tem posto de gasolina, supermercado e banco (inclusive caixa ATM). Para maior detalhes de todo nosso itinerário no país, entra nesse link abaixo que detalha tudo que a Equipe Mila Pelo Mundo fez e ainda dá todas as dicas para dirigir no país. TUTORIAL: DIRIGIR NA NAMIBIA Saímos do Portão sul do Etosha e dirigimos até a cidade de Khorixás. Estradas C38 e C39 (218 km). Estrada asfaltada e de qualidade excelente. De Khorixás até Twyfelfontein são 99 km. Os primeiros 73 km são na mesma estrada C39. Contudo o asfalto acaba após Khorixás. Torna-se uma estrada de cascalho e areia de boa qualidade, podendo ser percorrida a uns 70 km/h. Entretanto, nos últimos 25 km, você vai enfrentar uma estrada horrível por 14 km (D2612). Toda "craquelada" com pouquíssimos pontos razoáveis (você não vai conseguir passar de 20 km/h). Os últimos 11 km são na D3254 que é um razoavelmente melhor. 2) Tribo Himba: A Àfrica de uma maneira geral ainda tem tribos bem tradicionais que conservam suas tradições e culturas. Uma dessas tribos é a Himba famosa pela cor avermelhada da pele das mulheres. Elas utilizam o "otjize" que é uma pasta de manteiga e ocre vermelho e passa no corpo e nas longas tranças duas vezes por dia. Os homens não utilizam desse artifício. Nossa idéia era visitar essa tribo nativa. Mas infelizmente sem um guia é "missão impossível". Parei em pelo menos 4 pontos da cidade de Khorixás para tentar achar informações de como chegar no local. Relatos vagos. Inclusive, tentei achar um guia na cidade, sem sucesso. As empresas clássicas adicionam essa parada aos seus pacotes. Então se é imprescindível achar a tribo, sugiro arrumar um guia numa dessas empresas tradicionais previamente. Deixei o contato de algumas delas nesse post. Por conta própria, espero que você tenha mais sorte. Não tivemos sucesso nessa empreitada. Na capital Windhoek achamos uma feira artesanal no meio da avenida principal que tinha algumas mulheres com as características dos Himbas (longas tranças e corpo pintados de vermelho). Mas é difícil saber se era para "turista ver" ou se são realmente originais. 3) Floresta Petrificada: Os principais sítios arqueológicos e parques nacionais da Namíbia são administrados por dois órgãos: NWR (Namibia Wildlife Resorts) e National Heritage Council of Namibia. Qualquer atração de nomes parecidos, a que for controlada por essas empresas, teoricamente é a atração oficial. A vantagem disso é a organização e uma padronização no atendimento ao turista. Na região de Twyfelfontein, as atrações são coordenadas pela National Heritage Council of Namibia. Você vai pagar uma entrada e vai receber um comprovante de pagamento na bilheteria de cada atração. O estacionamento também é organizado por um funcionário que anota a placa do seu carro e os seus dados. Teoricamente é gratuito. Você vai encontrar uns três pontos chamados "floresta petrificada". Mas uma é oficial e as outras são "não oficial". Inclusive, as placas das outras atrações deixam isso bem claro Antigas árvores gigantescas chamadas Sequóias que podem atingir até 90 metros de altura foram arrastadas pelas águas de outros pontos da África para essa região. Isso aconteceu a centenas de anos atrás. Quando chegaram nesse deserto sofreram um processo de fossilização. Na "floresta petrificada oficial" você vai achar três árvores dessas. Mas como várias espécimes foram arrastadas para a região, existem sítios não-oficiais que oferecem o mesmo serviço para visitar esses fósseis. Nossa parada fica 43 km depois da cidade de Khorixás. Muito fácil de achar na margem direita da estrada. Tem placas sinalizando o ponto de estacionamento. De cara você vai ver quatro edificações com telhado de palha. Um pequeno estacionamento coberto, a administração do local (também da NWR), um bar com uma bebida extremamente gelada (fica a #dicaMila) e um pequeno restaurante. Horários: 8 às 17 horas, diariamente Custo: NAD 100 Guia: gratuito (sugere-se uma gorjeta de valor facultativo) A visita dura uns 40 minutos. O guia vai levar por uma pequena trilha no meio do deserto. Não é cansativa, pois ele vai parar várias vezes e explicar. Totalmente proibido retirar qualquer fóssil ou pedra do sítio arqueológico. O Guia vai te mostrar três árvores fossilizadas nesse trajeto. O interessante é que parece um pedaço de caule, mas pesa mais do que pedra. A última árvore está com o caule quase completo deitado no chão. Dá para ter idéia do tamanho daquela sequóia. Na trilha, o guia também vai te mostrar a planta típica que só existe naquele lugar da Namíbia, chamada Welwitschia. Ela é bem interessante, pois existe a flor bem junto ao solo e não tem caule. Existem duas folhas compridas que brotam próximo a flor e se espalham pelo chão podendo atingir até 2 metros. É possível diferenciar o macho e a fêmea pela característica da flor. Na fêmea, são várias florzinhas pequenas e o macho um botão de flor único. Esta planta pode viver mais de 1000 anos. 4) Órgão de Canos (Organ pipes) e a Montanha Queimada:
Da C39, você vira a esquerda na D2612. Percorre 14 km numa estrada horrível e vira a direita na D3254. São mais 11 km até este sítio arqueológico. Nessa segunda bifurcação já tem placa de informação e você vai achar facilmente. Sempre relato no blog sobre o app "maps me" que pode ser usado facilmente off-line (sem internet). Aqui ele pode ser útil novamente. Maiores detalhes, neste post. A estrada acaba na pequeníssima administração deste sítio arqueológico. Uma simples edificação com telhado de palha. Tudo simples, mas extremamente organizado, pois o mesmo órgão administra também este lugar. Horários: 8 às 17 horas, diariamente Custo: NAD 50 Não precisa de Guia. Você vai estacionar o carro ao lado da cabana da administração e vai descer uma pequena trilha até o desfiladeiro. Aqui você já encontra o curioso "organ pipes". Extremamente curioso porque o material da rocha foi modificada neste lugar após centenas e centenas de anos. Os blocos de pedras foram talhados pela natureza de maneira tão linear que parece aqueles órgão antigos das catedrais que tinham grandes tubos em formato de "canos". Ajudava a propagação do som e dava uma acústica muito legal as antigas igrejas. Por causa desse formato peculiar, essas rochas ganharam o nome de "organ pipes". Voltamos ao carro e percorremos 800 metros até a "montanha queimada". Outra relíquia da natureza. Uma montanha toda negra no meio de um ambiente alaranjado. Independente da explicação naquela tonalidade, a montanha é curiosa e peculiar. É proibido subir na montanha, você vai apenas admirá-la. Vale a pena sua visita. A maior vantagem é que as duas visitas são bem rápidas. No máximo 30 minutos você admira as duas atrações. Na verdade, o tempo varia realmente com a quantidade de fotos que você vai querer, pois se não gosta muito de fotografar, você pode visitar tudo isso ai em quinze minutos. 5) Sítio Arqueológico de Twyfelfontein: Nossa próxima parada é no sítio arqueológico onde estão as rochas com hieroglífos de mais de 2000 anos. Fica bem próxima do "organ pipes" são apenas 8,5 km. Retorne na D3254 e vire na primeira oportunidade a esquerda (D3214). Basta seguir em linha reta até o estacionamento no sítio arqueológico. Um complexo também bem organizado e administrado pelo mesmo órgão do governo (National Heritage Council of Namibia). Após estacionar o carro, nas edificações cobertas com palha você caminha até a administração. Todos esses estacionamentos são teoricamente gratuitos. Uma pessoa cadastra seu veiculo numa folha com a placa do carro e seus dados. Isso aconteceu em todas as paradas deste dia. Mas aqui o rapaz quis cobrar, eu não paguei, achei muito sem sentido. Se era o mesmo procedimento da "floresta petrificada" e do "organ pipes", porque aqui seria pago! Fica a seu critério. Horários: 8 às 17 horas, diariamente (verão) 7 às 16 horas, diariamente (inverno) Custo: NAD 100 Guia: gratuito (sugere-se uma gorjeta de valor facultativo) Na administração, pagamos a taxa e conhecemos a guia que vai nos conduzir na trilha. Esta visita só pode ser feita acompanhada por um guia. A caminhada no sol não é tão curta, leve chapéu e água. Ao todo sua visita vai durar aproximadamente 45 minutos. Você vai subir em algumas pedras para chegar ao local dos hieroglífos. Nada sacrificante, mas pode ser um bom limitador para quem tem dificuldades de locomoção e pessoas idosas. O passeio é legal. Primeira parada é numa antiga casa em ruínas. Aqui morou uma família sulafricana que descobriu a fonte que deu origem ao nome do lugar. Eles foram muito inteligente seguiram os elefantes que faziam todo dia o mesmo percurso. Depois paramos nas grandes rochas com os hieroglifos. Os homens que fizeram aqueles desenhos moravam ali de 6000 a 2000 anos. Eles tentaram falar para seus sucessores sobre os animais, a caça e onde tinha água. Mas existem curiosidades fantásticas. A primeira é o leão com a causa em formato de uma mão. Simboliza o "lion man" e o poder espiritual dos animais para aqueles homens. É possível ver círculos entre os animais que simbolizam os "water holes". Locais onde se concentrava água mesmo nas épocas sem chuvas e os animais buscavam para se hidratar.
E a foca e o leão marinho que estão desenhados em uma das pedras. Mostra que os homens conheceram o mar ou até que o mar já esteve mais perto daquela região. Outro achado interessante é a pedra com várias pegadas. Acredita-se que eles utilizavam para ensinar as mais jovens a diferença das pegadas de cada animal e auxiliar na caça. Mas uma dessas pegadas chama atenção pois tem "sete" dedos. Será que é um extraterrestre? Com certeza esse mito também floresceu naquele lugar. Fatos semelhantes e enigmáticos são discutidos em vários pontos do mundo. Mas aqui existe uma explicação plausível, representaria um leão correndo e a superposição da pata anterior com a pata posterior.
6) Twyfelfontein Country Lodge Não aconselho você a pegar estrada e se distanciar dessa região ainda nesse dia. Aqui existem alguns lodges muito legais e podem servir de pernoite. A experiência é muito bacana, ficar num lugar com conforto no meio do deserto. Um dos mais legais que pesquisei, apesar de não ser barato é o TWYFELFONTEIN COUNTRY LODGE. Fica a poucos metros do sítio arqueológico. Basta retornar pela mesma estradinha (D3214) e virar a esquerda na primeira oportunidade. Siga em linha reta até o Lodge. Não achei este Lodge em localizadores de hotéis clássicos. Fechei pelo link do próprio hotel. A resposta foi imediata, pagamento antecipado no cartão. Custo foi de quase NAD 4000 dólares namibianos (2018) por uma diária do casal com café da manhã incluso. O Lodge tinha vários chalés de frente para a imensidão do deserto e ficava localizada na encosta de uma colina de pedras. Também fazia parte do complexo: um grande restaurante, uma pequena piscina e algumas pedras com hieroglífos. Estacionamento gigantesco e gratuito. 7) Tour para achar os elefantes selvagens do deserto:
Um passeio muito famoso dessa região é procurar os elefantes selvagens do deserto. A evolução dessa espécime fez com que eles suportassem um ambiente hostil com pouca água. Eles são migratórios, então seu local varia durante o ano. Não é impossível achá-los nas rodoviais, por isso você vai ver várias placas alertando os motoristas. Contudo as estradas por Twyfelfontein são tão precárias que o risco de bater num animal é nulo, você não vai conseguir dirigir rápido. Mas voltando a falar do tour, não fazê-lo foi a maior decepção da minha viagem. Achei que seria mais fácil achar os animais. Teoricamente, eles ficam num lugar não acessível de carro 2X2, somente 4X4. Mais ou menos 40 minutos de trajeto desta região que estávamos. Duas opções: contratar um tour (inclusive o lodge tem esse tour que sai toda tarde às 16 horas) ou pegar um guia e ir no seu carro. Nós iniciamos nosso dia saindo do Etosha e visitamos tudo isso até chegar no lodge, resumindo perdemos o tour. Esperar o outro dia inteiro para fazer o tour a tarde, não seria viável na nossa programação. A opção do guia existe e não é difícil de achar. Na administração do "organ pipes" encontramos um guia que iria no nosso carro. Contudo o horário não ajudou, não teríamos tempo hábil para visitar o sítio dos hieroglífos e ir até os elefantes. Optamos por visitar o sítio arqueológico e sacrificamos um dos passeios que queria muito fazer. Então fica a #dicaMila: Reserve um dia inteiro em Twyfelfontein (sem contar horas em trânsito) para visitar as atrações acima e procurar os elefantes. Perdemos meio-dia em deslocamento do Etosha até a região de Twyfelfontein. A vontade de voltar ali para fazer o passeio ficou em nossa equipe. Quem sabe um dia voltamos a Twyfelfontein! No dia seguinte seguimos viagem para a famosa "Costa do Esqueleto". + Roteiro Damaraland & A Costa do Esqueleto + Roteiros da Namíbia |
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