Parque Estadual de Vila Velha (Paraná)
Viagem em Junho de 2019 & Post de Agosto de 2019 Descobri o parque estadual de Vila Velha quando montei meu roteiro pelo Paraná. Mais uma vez fiquei impressionado como não damos valor a quantidade de beleza turística que temos no Brasil.
Então começo este post, abrindo seus olhos sobre este lugar. Se este parque estivesse em qualquer lugar da Europa, com certeza muitos brasileiros estariam visitando-o. Mas fica ali, a apenas 92 km de Curitiba e provavelmente você nunca visitou. Se eu desconhecia essa beleza natural, com certeza muitos de vocês também estão no mesmo "barco". Se você mora no Paraná, é obrigatório colocá-lo no seu roteiro do próximo feriado ou num simples fim-de-semana. Um passeio que pode ser realizado numa manhã ou tarde. Então é totalmente factível fazer um bate-e-volta de Curitiba. Mas esta bem mais próximo da cidade de Ponta Grossa (23 km do centro). Ponta grossa tem vários balneários e cachoeiras que devem ser visitados e vamos descrevê-los em outro post. Hoje nossa missão é te convencer a ir até o Parque Estadual de Vila Velha. Parque Estadual de Vila Velha:
O parque foi criado em 1966 e ocupa 18 km². A riqueza natural do lugar resume-se à formações rochosas de 20 a 30 metros de altura (arenitos) e aos grandes poços de desabamentos com água (furnas). Durante anos, existiu degradação dos visitantes aos arenitos e às furnas. Na verdade, antes da década de 70, o mundo de uma maneira geral não se preocupava muito com o efeito maléfico do homem à natureza. Então, Vila velha sofreu muito com isso. Mas com a criação do parque, muitos arenitos ainda estão preservados e estão distribuídos lado a lado pelo terreno. Ao visualizá-los imagine uma fortaleza medieval com torres. Assim surgiu o nome Vila Velha. A principal hipótese dos geólogos para a formação dessas estruturas areníticas é que antigamente esta região estava ocupada pelo mar. Estamos falando de aproximadamente 340 milhões de anos atrás. Quando a água começou a recuar e ser drenada, o material arenoso juntou-se a óxido de ferro e elevou o terreno. Muitos anos depois, com a ação de ventos e chuvas, as estruturas começaram a ser degradadas aleatoriamente. Formaram-se os arenitos de aparências diversas. O mais legal quando você visita um lugar assim é idealizar o formato de cada arenito. Semelhante a brincadeira de ficar olhando para nuvens e ver se parece uma ovelha, uma tartaruga ou um barco. A maioria dos arenitos já tem nome descrito e o guia vai te mostrar, mas não deixe de brincar ao soltar a imaginação. Observação: No Piauí, existe o Parque Estadual de Sete Cidades que tem a mesma teoria geológica de criação. Outro lugar muito legal para visitar no Brasil. Clique neste link que te mostramos esse passeio também. Mas o parque de Vila Velha tem outros atrativos. As chamadas furnas que são buracos profundos no solo, praticamente crateras. Algumas delas chegam a 100 metros de profundidade e tem uma boa quantidade de água. Outras são tão largas que parecem lagos. Teoricamente elas tem interligação entre si por uma rede subterrânea de túneis.
Os paredões verticais das crateras geralmente ficam repletos de vegetação e um lugar propício para um pássaro chamado "Andorinhão" fazer seus ninhos. A furna mais famosa de Vila velha é chamada LAGOA DOURADA devido sua coloração amarelada durante vários dias do ano. Como programar sua visita à Vila Velha:
Horários: 8:30 às 15:30 de quarta à segunda. (Fechado às terças-feiras) Custo: R$ 28 (arenitos + furnas + guia obrigatório) R$ 20 (arenitos + guia obrigatório) R$ 18 (furnas + guia obrigatório) OBS1: O valor referente ao guia (R$ 10) só pode ser pago em dinheiro, o restante pode ser pago com cartão. OBS2: Estudantes e doadores de sangue pagam meia entrada, idosos > 60 anos e crianças < 6 anos não pagam. Isso é referente a entrada do parque, a taxa do guia nunca é alterada. Site oficial: www.pontagrossa.pr.gov.br/parque-estadual-vila-velha Endereço: Rodovia BR-376 (Rodovia do Café), Km 515 s/n (Esta é a rodovia que liga Ponta Grossa e Curitiba) A entrada de visitantes é encerrada às 15:30 ou quando o limite por dia for atingido: 800 turistas. Observe que o parque não funciona nas terças. Às segundas, quartas e quintas pode até existir visitação, mas de maneira restrita. Um guia fica na portaria do complexo e cobra R$ 180 para o grupo de turistas que chegar no local. Valor que pode ser dividido entre o grupo. Além desse custo, cada turista precisa pagar o valor do parque de R$ 18 reais. Ressalto que esta informação está no site oficial da cidade de Ponta Grossa, mas não vi nenhum relato disso ao visitar o parque. Então sugiro acessar o site oficial acima e mandar um e-mail, caso você não tenha outro dia disponível ([email protected]). A orientação é chegar cedo no parque devido a limitação de visitantes no dia (800). Nos fins-de-semana e feriados, siga a risca esta #dicaMila. Todas as visitas são guiadas. É proibido circular pelos arenitos ou furnas sem um guia. Ao entrar com o carro no complexo, você vai estacionar no centro de visitantes e pagar as taxas. Os turistas formam grupos que circulam com ônibus do próprio parque. 1) Visitando os Arenitos:
Os ônibus para os arenitos partem a cada 30 minutos. Um guia acompanha cada grupo que o ônibus leva. Ao chegar no local, todos descem do ônibus e o guia conduz o grupo por todo o trajeto. Primeiramente, ele explica como se formaram aquelas estruturas rochosas e depois começa a caminhar na trilha. Ele vai relatar o nome "oficial" catalogado no parque dos arenitos mais famosos, mas vai estimular sua imaginação também. Por exemplo, a mesma estrutura pode ser a "proa de um navio" ou uma "machadinha". A trilha básica pelos principais arenitos tem 1 km de extensão. O guia pára muitas vezes para mostrar as estruturas sendo um passeio pouco cansativo. Você vai ver o "Camelo", a "bota", "o índio", "a proa do navio", "a coca-cola", "tartaruga", "o anjo" e principalmente a "taça". Citei apenas alguns, tem muito mais para descobrir neste trajeto. Vou deixar em anexo as fotos das estruturas mais importantes. A "Taça" é considerada o ápice da visita por sua importância para a cidade de Ponta grossa. A imagem turística de divulgação da cidade é a foto desse arenito. Existe ainda outra trilha após a "taça" com extensão de 1,7 km. Nesse arenito você pode retornar ao ônibus ou seguir a trilha completa (2,7 km). De acordo com o guia, o maior atrativo desse resto de percurso é percorrer a vegetação.
Achamos que não valeria a pena o esforço e voltamos. Fica a seu critério em fazer a trilha de 1 km ou a de 2,7 km. Você pode decidir na hora com o guia. O ônibus vai te levar de volta ao centro de visitantes e você aguarda algum horário pré-fixado para ir visitar às furnas com outro ônibus e outro guia. 2) As Furnas:
Horários fixos: 9h30, 11h, 13h30 e 15h30 As furnas tem limitação de visitantes por horário. Então os ônibus só fazem quatro trajetos para o local no dia. O mais sensato seria fazer primeiro as furnas e depois os arenitos. Foi a nossa opção de roteiro. Mas me arrependi, devido a posição do sol nas furnas nesse horário da manhã (9:30). As fotos ficaram péssimas, praticamente impossível conseguir uma foto legal. Minha sugestão para vocês é tentar fazer esta visita às 11 ou 13:30. Teoricamente você pegaria o sol numa posição mais alta e conseguiria algumas fotos melhores. Mas também não posso garantir! Fica a seu critério esta escolha. As furnas estão localizadas do outro lado da rodovia. Então você pega o ônibus no centro de visitantes e ele sai desta área do parque. São uns dez minutos do centro de visitantes até o estacionamento das duas primeiras furnas (5 km). Todos descem do ônibus e o guia conduz o grupo numa caminhada de 700 metros até o mirante para a FURNA 3. Ele explica a formação daquela beleza natural e dá um tempo livre para fotos. Já te adianto que a visão do mirante é péssima. Você está na encosta de um dos paredões e consegue ver bem parcialmente uma grande cratera com água lá no fundo. No horário que fizemos o passeio (9:30), o sol estava numa posição que impedia uma visão boa da furna. Voltamos até o começo da trilha, onde está a FURNA 1. Aqui tem dois pontos visitáveis. O primeiro é um antigo elevador que os turistas utilizavam para descer até dentro da furna. Seria um passeio bem legal. Mas este elevador está desativado a muitos anos por suposta degradação ambiental. O barulho que o mesmo fazia dentro da cratera afastavam os passarinhos (andorinhões) que faziam ninhos no local podendo levar a extinção da espécime na região. A segunda justificativa dada pelos ambientalistas foi a queda de gotas de óleo usada no elevador dentro da furna e isso degradaria a vida aquática que ali existe. As furnas podem atingir 100 metros de profundidade, inclusive com mais de 50 metros de água. Podem existir até espécimes de algas ou peixes que nunca foram catalogadas. Após ver o elevador, caminhe para a direita da furna e chegue a um mirante. Esta é a melhor posição para conseguir algumas fotos. Já ressalto que está longe de uma visão bacana. Você vai sofrer para conseguir uma foto de qualidade mediana. Voltamos ao ônibus e partimos para a Lagoa Dourada. 3) Lagoa Dourada
Apesar de ser considerado um terceiro atrativo do parque, na verdade trata-se de uma furna. Esta é a Furna 4, larga em extensão e a água chega a transbordar quando chove na região, parece uma grande lagoa. O nome Lagoa Dourada é dado porque suas águas ganham essa tonalidade em alguns dias quando reflete a luz do sol. Se chover nos dias antes de sua visita, o solo é mexido e a tonalidade muda. Então não é garantido ver as águas em tons de dourado. No dia de nossa visita, não estava tão bonita. Tinha chovido por três dias. Mas mesmo assim a cor estava bacana, um verde-amarelado. Uma pequena trilha percorre as margens da lagoa e você retorna ao ônibus. O veículo retorna ao centro de visitantes. Esqueci de comentar que aqui você tem banheiros e lanchonete disponíveis aos turistas. Além de uma loja de souvenirs. Acabou o nosso passeio! As furnas são interessantes, mas não me agradaram tanto. Os arenitos são fenomenais! Mas se você não estiver com tempo restrito, sugiro fazer os dois passeios, o Custo é bem baixo. Vai que você chega na lagoa e as águas estão bem douradas, experimente! Passeios alternativos do Parque Estadual:
No site da prefeitura de Ponta Grossa, que deixei acima, estão descritos outros passeios que o turista pode aproveitar no parque (apenas copiei e colei abaixo exatamente igual ao site oficial). Se algum deles for de seu interesse, entre em contato por e-mail e confirme se eles existem. - Trilha da Fortaleza: Percurso de 16 km pelas áreas primitivas do Parque. Valor único de R$ 40,00 por pessoa. (O passeio ocorre uma vez ao mês). - Caminhada Noturna: Esse passeio é realizado em noites de Lua Cheia e Lua Nova com as datas já pré-definidas. Tem percurso de 5 km e duração de 4 horas. Os valores da Caminhada Noturna são: R$ 60,00 inteira e R$ 30,00 meia. - Cicloturismo: Percurso de 21 km pelas estradas internas do Parque, tem valor único de R$30,00 por pessoa. (Geralmente ocorre uma vez por mês) E-mail: [email protected] #dicaMila #Viajandocompet Por se tratar de um parque estadual e seguir leis de preservação ambiental, é proibido entrada de animais domésticos. Se estiver viajando com um pet, sugiro agendar um banho e tosa em algum petshop de Ponta Grossa enquanto você visita o parque estadual. |
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